Extrema-direita em força

As extremas (direita ou esquerda) em eleições, como não se atreviam antes (pelo menos desde Hitler e Mussolini), parecem estar a recuperar hipóteses. 

A extrema-direita aí está em força, atrevendo-se agora a ir a eleições. E conseguiu mesmo uma presidência efémera nos EUA, com Tump. No Brasil temos um Bolsonaro, com muitos dos seus eleitores igualmente arrependidos de terem votado nele (ainda me pergunto como foi possível ter tantos, sendo óbvias as suas intenções e as acções dos que o precederam na sua área).

De resto, ainda recentemente, tivemos no Chile um ‘pinochista’ a ir à segunda volta. E embora não vencesse, o ganhador foi outro radical, mesmo de cor diferente – e antes assim.

Em França, para as presidenciais de Abril, aparece em 3º lugar um antigo jornalista já condenado, que ultrapassou pela direita uma Marine Le Pen (que também foi a uma segunda volta).

Na Alemanha, um político da conservadoríssima CSU, a ala mais direitista da CDU, foi alvo de um atentado da extrema-direita.

Na Turquia, parece estar no poder.

Eu sei que há igualmente umas excrescências a dizerem-se de esquerda, como na China, Venezuela, Cuba ou Rússia.

Estes serão apenas os casos mais gritantes. Mas as extremas (direita ou esquerda) em eleições, como não se atreviam antes (pelo menos desde Hitler e Mussolini), parecem estar a recuperar hipóteses. Até aqui ao lado, em Espanha, onde Franco foi mais cruel do que Salazar, nunca se atreveu e ir a eleições, e teve de se impor à custa do gatilho. Ou os eleitores estão fartos de tanta paz (de que dão igualmente outros indícios, não reparando que uma guerra tem sempre perdas para todas as partes, mesmo para quem a vence), ou eles tratam de coisas (importantes para os eleitores) que os outros partidos preferem ignorar. E nem sempre isso se resume a populismo.