Não à PANdemização de Portugal

A presença dos verdadeiros cuidadores da Natureza que são os caçadores é essencial nas políticas públicas de combate à desertificação e à pobreza, de gestão dos territórios, de preservação da biodiversidade.

Por Artur Torres Pereira

Zangadas as comadres, teremos eleições. Se perante sérias ameaças ao país, ao mundo rural e à Caça não formos votar racionalmente, que depois ninguém se queixe.

Como se não bastasse a Pandemia, Portugal está infetado pelos vírus do politicamente correto, do populismo, do veganismo e do animalismo. O maior vetor tem sido o PAN, que ambiciona pôr fim à Pecuária e às tradições do país rural. E acabar com realidades e memórias faladas e vividas que formataram culturalmente em mais de nove séculos de história o povo e a comunidade orgulhosamente independentes que hoje somos. 

Já em 2015 o primeiro responsável pelo PAN fora muito claro: «Há características mais humanas num chimpanzé ou num cão do que numa pessoa em coma». A atual prioriza um ‘Serviço Nacional de Saúde’ para animais menorizando o das pessoas, e defende o fim da ganadaria, da caça e da pesca. Ou somos muito firmes com esta gente, ou conseguirão que os animais sejam levados ao colo e os seres humanos por uma trela…

Nos últimos anos, o apoio de PCP, PAN e BE a Governos minoritários do PS comprometeu a Economia e alguns setores sociais e atrasou Portugal ainda mais em relação aos países da União Europeia. Mas não há comparação possível entre a sensatez do PCP quando defende a Caça porque conhece o mundo rural, e a agressividade do PAN e do BE baseada numa agenda ideológica urbana orwelliana que atenta com arrogância contra a liberdade dos outros e o respeito que lhes é devido. 

Portugal não precisa da paz podre resultante de engenharias parlamentares artificiais, nos últimos anos a maioria absoluta do PS teria sido preferível. Uma maioria absoluta é sempre desejável porque estabilidade e governabilidade são essenciais a um pequeno país periférico como o nosso, e porque remete os pequenos partidos de direita e de esquerda para a sua verdadeira dimensão eleitoral. Em 2022 também o é, seja ela obtida pelo PS ou pelo PSD. Uma maioria absoluta do PS dispensará à sua esquerda o PAN e o BE e as respetivas chantagens. Uma maioria absoluta do PSD dispensará turbulências à sua direita num Governo de coligação.

E se o PS apenas ficar lá pertinho? Cuidado. No Parlamento de 1999 faltou-lhe apenas um deputado para a maioria absoluta, obtida graças ao célebre ‘queijo limiano’: Guterres demitiu-se para …«evitar que o país caísse num pântano político». Agora, se faltar ao PS um único deputado para obter a maioria absoluta, o PAN, ainda que apenas eleja esse deputado, disporá do imenso Poder de negociar uma coligação que causará irreparáveis prejuízos ao país real. E no caso de ser o PSD a ficar lá pertinho? Isso não trará problemas à Caça e ao mundo rural porque todos os partidos desta área lhes são favoráveis. Partidos e deputadas indesejáveis serão dispensados.

Caros caçadores e amigos de esquerda, só impedirão a vitória e uma eventual maioria absoluta do PSD concentrando votos no PS. Caros caçadores e amigos de direita, só evitarão a vitória e uma eventual maioria absoluta do PS concentrando votos no PSD. O voto para quem quiser novo Governo de António Costa (ou evitar um de Rui Rio) é no PS. O voto quem quiser um Governo de Rui Rio (ou evitar novo Governo de António Costa) é no PSD. 

Portugal não pode ser descaracterizado por aventureiras sem escrúpulos. O mundo rural é parte indissociável do país que recebemos de avós e devemos transmitir aos netos. A presença dos verdadeiros cuidadores da Natureza que são os caçadores é essencial nas políticas públicas de combate à desertificação e à pobreza, de gestão dos territórios, de preservação da biodiversidade. Só precisamos que quem manda não nos abandone nem nos menospreze. Que não vergue ao politicamente correto, não receie a demagogia e não tema o terrorismo cultural e politico dos novos fundamentalistas. E sobretudo que ame Portugal.