O regresso triunfal de Kelly Slater

Foi detentor do recorde do mais jovem campeão do mundo do surf, em 1992, com apenas 20 anos, e do mais velho, em 2011, com 39. A cinco dias de fazer 50 anos, volta a triunfar.

Para quem pensa em “reforma”, este pode ser um grande incentivo e uma inspiração para continuar a “remar” no caminho de novas conquistas. O norte-americano Kelly Slater – 11 vezes campeão do mundo de surf – voltou no sábado ao mar e aos triunfos no circuito mundial de surf. A cinco dias de completar 50 anos, venceu o Billabong Pipe Masters, no Havai, derrotando o surfista local Seth Moniz, de 24. Quando este nasceu, Slater já ia em cinco de onze títulos mundiais.
E, ao que parece, a idade pouco deve significar. Slater venceu a primeira etapa da edição de 2022 do circuito, com um total de 18,77 pontos (9 e 9,77), contra os 12,53 de Moniz (3,1 e 9,43), aumentando assim para 56 o número de vitórias em campeonatos do circuito mundial de surf.

O seu mais recente triunfo tinha ocorrido em agosto de 2016, na Polinésia Francesa, onde tinha conquistado o Billabong Pro Tahiti, impondo-se ao também havaiano John John Florence. Seguiram-se dois anos marcados por lesões e com muitas ausências nas provas do circuito, até 2019, ano em que teve como melhores resultados duas presenças nas meias-finais, em Bali e em Pipeline, e onde voltou a ser terceiro no ano passado, depois do cancelamento da competição em 2020.

Depois da prova, o campeão foi levado em ombros à saída da água, e comemorou com a euforia de um “principiante”. O seu nome ecoava pela areia: “Dediquei a minha vida a tudo isto: a todos os desgostos e vitórias e a toda a porcaria. Saboreio isto, é a melhor vitória da minha carreira. Por isso tentei apenas aproveitar, manter-me focado. Nem sei o que dizer. Estava dentro de água e só pensava em curtir cada momento. Não importa quanta tensão houvesse, tinha só de respirar!”, admitiu Slater, acrescentando que pensa que essa é a “orientação mais simples e a melhor” para qualquer um. “Muitas pessoas fantásticas neste mundo têm-me ajudado ao longo deste caminho. Aprendi sobre a vida e sobre mim mesmo e parece que tudo se uniu hoje e parecia que estava destinado a acontecer”, revelou.

Por sua vez, o finalista vencido, admitiu que foi “realmente especial” competir contra Slater, assumindo ser “uma honra surfar” contra o norte-americano e um “grande privilégio” estar na água com o 11 vezes campeão do mundo.
Com o oitavo triunfo em Pipeline, 30 anos depois da primeira vez, Slater, perito a “surfar” por cima da reforma, é agora o atleta mais velho a vencer esta etapa do circuito mundial de surf.

O português Frederico Morais terminou a prova inaugural do circuito no 17.º posto, sendo eliminado, na terça-feira, pelo costarriquenho Carlos Munoz, nos 16 avos de final. O circuito mundial prossegue com nova competição no Havai, entre 11 e 23 de fevereiro, em Sunset Beach, e segue depois para Supertubos em Peniche, entre 3 e 13 de março.