Peritos que investigaram acidente na A6: “Não quisemos absolver ou condenar Eduardo Cabrita”

Jorge Martins – professor associado – e Lúcio Machado – assistente convidado – são os peritos que o Ministério Público convocou para analisar o carro em que seguia o agora ex-governante. “Em autoestrada, em que a velocidade é de 120km/h, morre-se se houver um atropelamento. Acima de 100km/h, a probabilidade de morrer em atropelamentos é…

Nuno Santos estava a iniciar o atravessamento da estrada depois de ter ido buscar sinalização ao separador central, no dia 18 de junho de 2021, na A6. O chefe da equipa que realizava os trabalhos de manutenção e limpeza a cargo da empresa Arquijardim acabou por ser atropelado por um carro que transportava o ministro da Administração Interna e perder a vida aos 43 anos.

Jorge Martins – professor associado – e Lúcio Machado – assistente convidado – são os peritos que o Ministério Público convocou para analisar o carro em que seguia o agora ex-governante. “Em autoestrada, em que a velocidade é de 120km/h, morre-se se houver um atropelamento. Acima de 100km/h, a probabilidade de morrer em atropelamentos é superior a 98 ou 99%. Ser a 100 ou a 200km/h, é igual porque a pessoa perde a vida de qualquer forma”, explicaram ao i os profissionais que contam, respetivamente, com 20 e oito anos de experiência na área da realização de perícias no contexto de atropelamentos mortais.

O primeiro é engenheiro mecânico e obteve o doutoramento em Inglaterra na área dos motores de combustão interna, enquanto o segundo tem a mesma profissão e foi entrevistado para o New York Times em 2014 no âmbito de um artigo acerca da forma como Portugal estava a lidar com a crise da dívida.

Juntos, elaboraram um relatório em que se lê, no início, que “com testes no Autódromo do Estoril os peritos testaram o carro a várias velocidades e determinaram o coeficiente de atrito”, sendo que “também fizeram testes na A6 no local do acidente com um equipamento de medição do atrito, da Universidade do Minho”. “Os valores calculados e verificados foram muito semelhantes com pequeníssimas e irrelevantes diferenças”, asseveraram.

“Partimos de uma ocorrência para chegar à causa: não partimos de um juízo final, de absolver ou condenar alguém, para ir buscar as causas para que tal aconteça”, garantiram em declarações ao i.

Para ler a entrevista do i na íntegra, clique aqui