Atentado à FCUL. Faculdade diz que colaborou “estreitamente” com as autoridades e vai manter calendário de exames

Após o contacto da PJ, a FCUL indica, em comunicado divulgado no site da faculdade, que “colaborou estreitamente no contexto da investigação” sobre a suspeita do atentado. Agora, o assunto está “nas mãos” das entidades competentes. 

Notícia atualizada às 23h01 com o comunicado da faculdade

A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) confirmou, esta quinta-feira, ao Nascer do Sol e agora em comunicado que colaborou com as autoridades, no caso do atentado terrorista que a Polícia Judiciária (PJ) impediu que acontecesse hoje, detendo o autor do possível ataque – um jovem de 18 anos. A informação chegou à polícia portuguesa através de um aviso do FBI, polícia de investigação norte-americana.

Após o contacto da PJ, a FCUL indica, em comunicado divulgado no site da faculdade, que "colaborou estreitamente no contexto da investigação" sobre a suspeita do atentado. Agora, o assunto está "nas mãos" das entidades competentes, sublinhou a direção da faculdade. 

“O trabalho desenvolvido pelas autoridades permitiu sempre que a segurança da comunidade da Faculdade estivesse salvaguardada, não havendo indícios que aconselhem a alterar o normal funcionamento da Faculdade”, diz a mesma nota. 

Atualmente, a FCUL encontrava-se em pausa letiva para a realização de exames e o início das aulas está agendado para o dia 21 deste mês. Para esta semana, estão marcados os exames de segunda fase, que reúnem centenas de alunos. Segundo o calendário disponível online, para esta sexta-feira, 10 de fevereiro, serão realizados 47 exames. 

O arguido, sem cadastro, foi detido em flagrante delito pela posse das armas e está indiciado pela prática do crime de terrorismo. Será presente na próxima sexta-feira a primeiro interrogatório judicial para sujeição à medida de coação tida por adequada. O suspeito é natural de Fátima e reside nos Olivais.

"Através da Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCT), [a PJ] procedeu, nesta data, à realização de uma operação tendente ao cumprimento de Mandados de Busca domiciliária, no âmbito de inquérito titulado pela Secção de Investigação do Crime Violento do DIAP de Lisboa. A investigação foi desencadeada por suspeitas de atentado dirigido a estudantes universitários da Universidade de Lisboa", lê-se num comunicado da autoridade judiciária divulgado hoje.

O jovem, segundo avança a CNN, é estudante de engenharia e pretendia matar amanhã, sexta-feira, o maior número possível de colegas, informação que terá sido transmitida à PJ pelo FBI. O objetivo seria imitar os homicídios em massa que decorreram em escolas dos EUA, segundo o JN.

Foram apreendidas, durante as buscas, "várias armas proibidas", assim como "outros artigos suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos" e "vasta documentação". As autoridades, para além disso, recolheram um plano escrito que continha "os detalhes da ação criminal". Na casa do jovem, não havia armas de fogo. Havia, porém, armas brancas com botijas de gás, bestas e catanas, segundo apurou o Diário de Notícias.

O arguido utilizava a dark web para partilha de conhecimentos sobre este tipo de ataque.