MAI esclarece polémica em torno da anulação dos votos

O MAI refere que a decisão de aceitar os votos sem o Cartão de Cidadão aconteceu na sequência de uma reunião de delegados das listas de candidatura para a escolha dos membros das mesas das assembleias de recolha e contagem de votos dos eleitores residentes no estrangeiro e em que se acordou em aceitar os boletins…

MAI esclarece polémica em torno da anulação dos votos

Os votos dos eleitores residentes no estrangeiro para as eleições legistivas de 30 de janeiro começaram a ser contados esta semana, tendo mis de 80% dos votos dos emigrantes portugueses no círculo da Europa, num total de 157.205 a serem anulados.

Na sequência de polémica relacionada com a anulação dos votos, com o PSD a protestar após a maioria das mesas ter validado votos que não vinham acompanhados da cópia do Cartão de Cidadão do eleitor, o Ministério da Administração Interna (MAI) fez este domingo um esclarecimento

Como os votos que não estavam acompanhados da cópia do CC foram misturados com os votos váliso, a mesa da assembleia de apuramento geral acabou por anular os resultados de dezenas de mesas, incluindo votos válidos e inválidos, por ser impossível distingui-los uma vez na urna.

O MAI refere que a decisão de aceitar os votos sem o Cartão de Cidadão aconteceu na sequência de uma reunião de delegados das listas de candidatura para a escolha dos membros das mesas das assembleias de recolha e contagem de votos dos eleitores residentes no estrangeiro e em que se acordou em aceitar os boletins de voto independentemente de virem ou não acompanhados de cartão de cidadão/bilhetes de identidade.

"A AE [Assembleia Eleitoral] não participou na reunião em que tal acordo foi estabelecido e não foi, nem tinha de ser, ouvida sobre o seu sentido", lê-se no comunicado divulgado, mas considera que "a disputa em torno da validade jurídica do acordo que determinou a invalidade de um número tão elevado de boletins de voto" é algo que o "MAI não pode deixar de deplorar".

Assim, o MAI afirma que "não se exime nem se demite das suas responsabilidades, mas considera "lamentável" o sucedido "não só pelo significado desse resultado em termos de limitação do exercício de um direito fundamental a um número tão elevado de eleitores, como pela desvalorização do enorme esforço feito pela AE para garantir a mais ampla participação possível dos eleitores nacionais com residência no estrangeiro, neste contexto de pandemia".

Sobre a polémica gerada, o MAI começa por referir que a Administração Eleitoral da Secretaria-Geral do Ministério, "produziu e difundiu vários documentos em diferentes formatos (…) onde se explicitam os procedimentos a adotar e identificam os documentos a juntar pelo eleitor, designadamente a cópia do documento de identificação".

Recorde-se que o PSD disse que iria apresentar uma queixa crime no Ministério Público sobre o processo de contagem dos votos dos emigrantes nas eleições legislativas de 30 de janeiro