Rui Rio pede a JSD para combater cultura “antirreformista” do PS

Portugal vive “uma democracia do ponto de vista formal”, mas a qualidade é inferior ao que era há 30 anos.

Rui Rio pede a JSD para combater cultura “antirreformista” do PS

O presidente do PSD, Rui Rio, apelou aos jovens sociais-democratas a contestarem mais o “excesso de endividamento” do país e a combaterem o que classificou como “cultura antirreformista” do PS. “Quem vai pagar esse endividamento são vocês”, disse o líder social-democrata, no no 27.º Congresso da Juventude Social Democrata (JSD), em Almada.

Rui Rio incentivou ainda os jovens a empenharem-se na luta contra o aquecimento global e considerou que os próximos tempos serão marcados pela guerra na Ucrânia e por uma governação socialista de mais quatro anos, que, na sua perspetiva, será marcada por austeridade. “António Costa já mandou às malvas as promessas que fez numa campanha eleitoral que terminou há muito pouco tempo e já disse que os salários não vão acompanhar a inflação”.

O presidente do PSD considerou ainda que o PS se recusa a fazer reformas, cuja ausência terá “consequências perversas no futuro”.

Aos jovens sociais-democratas pediu uma reflexão sobre os resultados eleitorais nas eleições legislativas e para que se mantenham fiéis à ideologia do partido: “O PSD é social-democrata, deve continuar a ser social-democrata. A diferença do PSD para a [Iniciativa Liberal] é muito grande e estamos muito longe do Chega também”.
Rui Rio reiterou que Portugal vive “uma democracia do ponto de vista formal”, mas cuja qualidade é hoje inferior ao que era há 30 anos.

“A solução é termos coragem de fazer as reformas estruturais que temos de fazer. Se isto não for feito, os principais prejudicados serão vocês”, defendeu, alegando que o regime se mantém quase imutável há 40 anos.

De acordo com Rui Rio, o desenvolvimento de Portugal está condicionado pelas consequências da guerra na Ucrânia e por mais quatro anos de governação socialista. “Esta política do PS é uma política adversa à juventude, porque não fomenta o crescimento”, disse.

No congresso da JSD que terminou em Almada, o líder Alexandre Poço foi reeleito com 83% dos votos em lista única aos órgãos nacionais, adiantou à Lusa. Na moção de estratégia global com a qual se apresentou ao congresso, intitulada “Na linha da frente”, o social-democrata fez um diagnóstico crítico da governação socialista, mas também dos resultados recentes do PSD, falando em “pesada derrota” e “duro golpe” nas legislativas. Para o recandidato eleito é importante “intensificar a oposição” ao PS, “mas é também o momento do PSD olhar para dentro de portas e proceder a reformas que o tragam para a linha da frente do combate político no séc. XXI”.