Palácio Biester, o novo tesouro em Sintra

Abre portas pela primeira vez a 30 de abril, em Sintra, e promete não desiludir. O Palácio Biester remonta às duas últimas décadas do século XIX e está praticamente intocável no que diz respeito à arquitetura, à decoração e às obras de arte seculares.

A partir de 30 de abril, Sintra vai contar com mais um motivo para uma visita inesquecível. É nesta data que o Palácio Biester vai abrir portas ao público pela primeira vez e promete superar as expectativas.

Localizado na Estrada da Pena, perto da Quinta da Regaleira, o palacete remonta aos finais do século XIX, por volta de 1880.

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) faz uma descrição detalhada deste palácio. «Palacete revivalista com influências diversas, nomeadamente as buscadas numa linguagem romântica e revivalista (neogótico)», começa por detalhar. E acrescenta: «Considerada uma das obras mais representativas do arquiteto José Luís Monteiro no âmbito da arquitetura doméstica, a Casa Biester distingue-se ainda pela articulação da arquitetura com as artes decorativas, para o que contribuiu a existência de uma equipa de artistas a trabalhar num período de execução de projeto temporalmente limitado». Salienta-se assim «a coerência, dentro do eclectismo romântico, do programa decorativo: boiseries de Leandro Braga, pintura decorativa de Luigi Manini, azulejos relevados (do padrão “nenúfar e rã” e “tipo Bacalhoa”) da Fábrica de Cerâmica das Caldas, de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) e os vitrais franceses».

Foi um recente esforço de recuperação que permitiu abrir o Biester para exposição, pela primeira vez, ao público.

E são só bons motivos para visitar o espaço. Além do interior e dos jardins – já lá vamos – a sua integração nos parques e monumentos sintrenses disponíveis para visita representa uma oportunidade única de conhecer um palácio do histórico século XIX essencialmente intocável na sua arquitetura, decoração ou obras de arte.

Mas não é só. Várias zonas do palácio e do parque proporcionam uma vista privilegiada para o Castelo dos Mouros. E, em apenas alguns minutos da entrada de baixo é possível encontrar a tão conhecida Quinta da Regaleira.

 

Cronologia

Tudo começou em 1880 quando Ernesto Biester, à época um conhecido dramaturgo, encomendou o projeto de um chalet ao arquiteto José Luís Monteiro. Já a decoração interior do espaço ficou a cargo de Leandro Braga e os trabalhos de pintura decorativa foram feitos pelas mão de Luigi Manini. Do lado de fora, os jardins têm a assinatura de Noget.

Segundo a DGPC, Biester morreu em dezembro desse ano e, por isso, não conseguiu ver finalizada a casa que idealizou.

Os vitrais datam de 1889, são franceses e têm as inscrições “Hubert – Paris” e “Champ Vert”.

Mas antes, entre 1894 e 1896, Leandro Braga trabalhou na decoração e mobiliário do salão, sala de jantar, gabinete e capela. Só em 1907 é que as obras ficaram concluídas.

Para finalizar, deixamos-lhe uma curiosidade. Apesar de nunca ter aberto portas ao público, o Biester é bem famoso. Sabia que Roman Polanski escolheu o local para filmar a sua longa-metragem de 1999 A Nona Porta? O filme contou com Johnny Deep e Frank Langella entre os protagonistas.

Mas, até abrir as portas ao público, é possível ir matando a curiosidade na página de Facebook ou Instagram ‘Biester Palace’ onde é possível encontrar várias fotografias do espaço.