A ministra da saúde, Marta Temido, apresentou esta quarta-feira em conferência de imprensa as medidas que vão ser tomadas de modo a minimizar o impacto da falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante os meses de verão.
Marta Temido anunciou ainda que seria criada uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos.
A ministra explicou que vai ser adotado um modelo semelhante aquilo que aconteceu durante o pico da pandemia de covid-19, como uma resposta às necessidades da medicina intensiva: "a primeira resposta será a de criação de uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos", disse, clarificando que esta será composta por cinco coordenadores regionais e um nacional".
Marta Temido considerou que os problemas que se estão a verificar nos serviços das urgências de ginecologia e obstetrícia estão relacionados com fragilidades no "número de recursos humanos disponíveis no SNS para assegurar as escalas", sendo que serão criados um plano de contigência, com medidas de curto prazo, e um plano estrutural, com medidas a longo prazo.
A comissão fará parte do primeiro plano, "para os meses de junho, julho, agosto e setembro", sendo o seu objetivo identificar os recursos disponíveis em cada região e "aprovar um modelo de articulação e gestão integrada dos hospitais de cada região, apoiando as Administrações Regionais de Saúde (ARS)".
Relativamente à remuneração, a governante adiantou que vai reunir quinta-feira com as estruturas sindicais para discutir um "projeto-lei em matéria de remunerações", sendo que vai ser debatida a remuneração de todos os serviços de urgências e não apenas o de obstetrícia.
"Queremos contratar todos os médicos que queiram trabalhar no SNS", afirmou a ministra.
A médio prazo, a comissão do acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos vai realizar um novo "desenho da rede de referenciação hospitalar, nesta área, no prazo de 180 dias”.
A ministra informou ainda que vai ser publicado um despacho que "determina a abertura de cerca de 1.600 vagas" para recém-especialistas, sendo que, destas 1182 vagas serão na área hospitalar, 50 das quais em ginecologia/obstetrícia, 432 na área da medicina geral e familiar e 25 na área de saúde pública.