A ex-presidente do SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e de Segurança de Portugal) aponta o dedo ao concurso público internacional lançado na semana passada pelo Ministério da Administração Interna (MAI). De acordo com Sandra Perdigão Neves não há dúvidas: Este concurso não respeita as regras da concorrência e representa uma adjudicação direta à Motorola, podendo assim ser impugnado pelo mercado, ou até mesmo, declarado nulo, revela em entrevista ao site Gri Digital.
Em relação aos prazos garante que são impossíveis de cumprir e que o plano B tem que passar por uma nova adjudicação direta aos antigos fornecedores, contrariando as orientações da ANACOM e do Tribunal de Contas. Sandra Perdigão Neves diz ainda que o Estado vai continuar “refém” dos principais fornecedores, uma vez que, o concurso não garante o objetivo de passar a gestão total do SIRESP para as mãos do Estado.
A antiga presidente desta rede não entende para que legislaram o uso de bodycams dos polícias e dos GNR sem que o SIRESP evolua para emitir essas comunicações, dado que vai manter o sistema tetra/dímetra da Motorola.
E afasta as acusações de que foi a responsável pelo atraso do lançamento do concurso, responsabilizando o ex-secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, Antero Luís, por não ter feito a tempo a legislação necessária para avançar com este procedimento, como também não entregou o dinheiro necessário para o lançar concurso a tempo, refere na mesma entrevista.
Sandra Perdigão Neves defende-se das alegações que favoreceu a Altice, empresa na qual trabalhou como quadro de topo, e explica que bloqueou decisões de Antero Luís que eram lesivas para o Estado e que implicavam lucros de milhões anuais para os atuais fornecedores.