Mário Ferreira suspeito de fraude fiscal e branqueamento

DCIAP faz buscas no Porto, Madeira e Malta.

por Felícia Cabrita e João Campor Rodrigues

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) está a realizar desde o início da manhã uma vasta operação nacional de buscas que têm por alvo o grupo de Mário Ferreira, dono da Douro Azul e sociedades de advogados.

Em causa estão suspeitas de crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais na compra do navio Atlântida, em 2014, por cerca de 9 milhões de euros, aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo – que Mário Ferreira vendeu quase de imediato, através de uma sua empresa em Malta, a uma entidade norueguesa, por 17 milhões de euros.

Segundo o DCIAP, a investigação está a ser feita pela Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DCIFAE) da Autoridade Tributária. Estão a ser realizadas oito buscas, em diversos pontos do país: Funchal, Porto e Malta. Participam oito magistrados judiciais, quatro magistrados do Ministério Público, 19 inspetores, peritos da DCIFAE e 12 elementos da unidade de ação fiscal da GNR.

Recorde-se que ainda esta terça-feira se soube que a Pluris Investments, que detém 35% da TVI e a operação de barcos turísticos de Mário Ferreira, recebera mais de metade dos 76 milhões de euros destinados à recuperação de empresas afetadas pela pandemia, na primeira ronda do Programa de Recapitalização Estratégica do Fundo de Capitalização e Resiliência. Trata-se de um programa apoiado por fundos comunitários, vindos da bazuca.