EDP. Lucro cai 11% para 306 milhões no 1.º semestre

Empresa diz que resultado foi, ainda assim, “fortemente penalizado pela seca extrema em Portugal num período de elevados preços de eletricidade no mercado grossista”. 

O resultado líquido da EDP no primeiro semestre do ano caiu 11% em termos homólogos, para  306 milhões de euros. A empresa diz, no entanto, que a atividade foi marcada pela positiva, “pelo forte desempenho das renováveis em termos globais e das redes de eletricidade no Brasil”. Mas chama a atenção para o facto de o resultado ter sido “também fortemente penalizado pela seca extrema em Portugal num período de elevados preços de eletricidade no mercado grossista, o que resultou num resultado líquido negativo de 111 milhões, em Portugal no primeiro semestre do ano”.

A empresa liderada por Miguel Stilwell d’Andrade diz que o investimento aumentou 23% para 1,7 mil milhões, dos quais 97% em energias renováveis e redes de eletricidade, “num forte alinhamento com a transição energética”. E acrescentou que, nas energias renováveis, nos últimos 12 meses, a EDP instalou +2,5 GW de capacidade. 

A elétrica revelou também que 75% da produção de eletricidade teve origem em energias renováveis, “apesar do aumento da produção térmica ibérica para compensar a menor produção hídrica”. 

O EBITDA recorrente – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização – subiu 19% para 1944 milhões, o que representou uma subida de 13% excluindo variações cambiais (impacto de mais 6 pontos percentuais face ao período homólogo) com forte contributo do crescimento na EDP Renováveis e nas Redes no Brasil. Já o EBITDA recorrente no segmento de renováveis (incluindo Hídrica Ibéria e Brasil) cresceu 4%, suportado pelo forte desempenho dos segmentos eólico e solar ao nível da EDP Renováveis, com uma subida de EBITDA de 49% por aumento de recursos eólicos (mais sete pontos percentuais), maior capacidade instalada média (+10%) e subida do preço médio de venda (+27%) quando comparado com o ano anterior. Pela negativa o EBITDA da hídrica na Ibéria apresentou uma queda de 300 milhões em termos homólogos, penalizado pelos recursos hídricos em Portugal 66% abaixo da média.

O EBITDA da hídrica no Brasil superou o ano anterior com um crescimento de 29% para 93 milhões com uma recuperação face à crise hídrica no país de 2021, enquanto o EBITDA recorrente nos segmentos de produção hídrica na Ibéria, serviços a clientes e gestão de energia na Ibéria sofreu uma queda de 62% para 126 milhões, “impactado negativamente pela maior crise hídrica das últimas décadas combinado pelos elevados preços grossistas de energia que geraram um desvio de 2,8 TWh na produção hídrica face ao expectável. Este efeito foi parcialmente mitigado pelo aumento da produção térmica e resultados positivos com otimização de portfolio na gestão de energia.

A EDP reportou um aumento dos custos financeiros líquidos de 130 milhões de euros para os 385 milhões de euros e revelou que o custo médio de dívida aumentou para para 4,5%, enquanto a dívida líquida totalizava 14,2 mil milhões, “devido à aceleração do investimento, principalmente nas energias renováveis e nas redes de eletricidade que mostram como a empresa está a executar o plano estratégico 2021-2025, assim como valorização das moedas norte-americana e brasileira”.