Primeiro foi a EDP Comercial a anunciar que vai aumentar o preço do gás às famílias em média 30 euros mensais, mais taxas e imposto, o que corresponderá a mais “cinco a sete euros de taxas e impostos”, disse a presidente executiva da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira. Os novos preços entram em vigor no dia 1 de outubro e, ao contrário do que é habitual, vão estar em vigor durante três meses, e não durante um ano.
Na mesma tarde, a Galp também revelou que irá subir o preço do gás em outubro, mas ainda não revela qual será o valor desse aumento.
A EDP Comercial diz que para os cerca de 433 300 (dois terços) dos 650 mil clientes residenciais, que representam os consumos mais baixos, a subida do preço do gás terá um impacto médio de 18 euros mensais, antes de taxas e impostos, ou seja, o aumento rondará os 22 euros.
E justifica a decisão com a escalada de preços do gás nos mercados internacionais, nos últimos meses, uma situação que foi agravada pela guerra na Ucrânia e as restrições ao abastecimento de gás russo, o que fez também aumentar o preço em outros mercados, como, por exemplo, no gás proveniente da Argélia.
“Isto é algo que foi crescendo ao longo dos últimos meses, não obstante a EDP manteve as condições de preço para clientes finais residenciais”, disse Vera Pinto Pereira, acrescentando ainda que “12 meses depois e perante este cenário no mercado internacional, no contexto internacional onde compramos o gás que fornecemos às famílias portuguesas, esta atualização de preços tornou-se inevitável”.
De acordo com a responsável, o preço de gás fixado há 12 meses, “sem nenhuma alteração ao longo de um ano, foi muito importante, até face a outras ofertas de mercado, porque permitiu ter alguma poupança, mas, um ano depois, tendo em conta o novo contexto – nós não produzimos gás, nós temos de o comprar em mercado – temos que fazer repercutir isto [a subida nos mercados grossistas]”.
Já a Galp tinha aumentado as tarifas de gás natural aos clientes domésticos a 15 de abril, contando nessa altura com aumentos mensais de até três euros para os principais escalões de gás natural, e de novo em julho, um aumento que rondou os 3,60 euros para o escalão mais representativo de clientes.