Muitos mortos

Os monárquicos, com a história da necessidade de um rei para manterem certas unidades de Estados, lá vão impondo os sucessores, aparentemente não amados pelo povo.

Temos tido muitos mortos, para compreender bem esta histeria monárquica com Isabel II de Inglaterra. Será apenas consequência da baboseira de alguns jornalistas, no fundo bem impressionados com a longevidade política do cargo? Ou será mesmo uma exigência dos telespectadores?

          Vamos admitir que não será monarquismo, por não se tratar de uma monarca comum.

          Mas no fundo, os monárquicos, com a história da necessidade de um rei para manterem certas unidades de Estados, lá vão impondo os sucessores, aparentemente não amados pelo povo. Foi o que aconteceu agora em Inglaterra com Carlos III e já em Espanha com Felipe VI. E no entanto, em Espanha, tornou-se óbvio que Felipe VI contribuiu como ninguém para a saída da Catalunha do Estado Espanhol.

          A verdade é que tem morrido muita gente ultimamente, alguns bem mais importantes do que Isabel II, como ela própria certamente reconheceria, a não ser que preferisse deixar-se embalar pela loucura televisiva. Desde logo, Jean-Luc Gogard, pai e fundador da Nouvelle Vague. E também Irene Papas, a actriz. Alain Tanner, o realizador. Javier Marias, o enorme escritor espanhol. Em Portugal, os académicos Paulo Pitta e Cunha e Aguiar e Silva. E por aí fora.

          E a loucura será só televisiva? E o luto nacional igual ao dos ex-Presidentes portugueses Mário Soares e Jorge Sampaio, tão importantes na História política nacional do Século XX. E a muito amada pelo povo Amália?