O Ensino Superior como acelerador de um futuro sustentável

Hoje, ser diplomado do ensino superior deve pressupor ser empreendedor, ser um verdadeiro agente de mudança, em que a ética e o respeito pela diferença forme verdadeiros atores conscientes das vantagens da diversidade, assentes numa atitude cosmopolita que lhe permita ver, ir e fazer mais além.

Por Diana da Silva Dias, Diretora da Escola de Ciências Económicas e das Organizações Universidade Lusófona

Apesar das vicissitudes do percurso escolar, o Ensino Superior acolhe um número considerável de adolescentes/jovens adultos que, por um processo em tudo idêntico à seleção natural de espécies, integram uma verdadeira ‘elite de sobreviventes’. 

A ciência é inequívoca e corrobora a experiência de quem por lá passou: a experiência do ensino superior assume-se como potencialmente desencadeadora de novas aquisições e estruturações pessoais, com particulares reflexos no desenvolvimento de atitudes, interesses, valores, planos de futuro, aspirações, gestão de emoções, integração pessoal e competência intelectual. 

Às instituições do Ensino Superior cabe, portanto, um papel crucial na formação académica, profissional, mas também pessoal e social dos seus diplomados. É neste contexto que se aprende a Saber e a Saber Fazer, mas também a Saber Relacionar-se e principalmente a Saber Ser. Assim, para além do desenvolvimento de competências científicas, técnicas e tecnológicos, as IES têm como responsabilidade proporcionar espaços e tempos de oportunidades para formar futuros líderes conscientes e cientes da sua responsabilidade como ativos potenciadores da sustentabilidade do futuro, seja esta ambiental e ecológica, seja económica, seja social. 

Urge a evolução do paradigma educacional, que proporcione uma mudança de um ensino centrado no Conhecimento para uma Aprendizagem centrada nas Competências, em que o estudante deve demonstrar a sua aquisição através do seu exercício e não da sua repetição. Usando metodologias ativas, centradas no estudante e fortemente orientadas para o ‘aprender a aprender’ na lógica do ‘aprender fazendo’, as IES têm a responsabilidade de proporcionar aprendizagens que permitam aos seus diplomados resolver problemas em situações novas, em contextos globais e multidisciplinares, lidando com questões complexas e desenvolvendo soluções inovadoras, conscientes das suas implicações e responsabilidades éticas e sociais. Hoje, ser diplomado do ensino superior deve pressupor ser empreendedor, ser um verdadeiro agente de mudança, em que a ética e o respeito pela diferença forme verdadeiros atores conscientes das vantagens da diversidade, assentes numa atitude cosmopolita que lhe permita ver, ir e fazer mais além.

Ou seja, o Ensino Superior tem de ser um acelerador de um futuro mais sustentável e mais promissor.

O mundo precisa, a sociedade merece e o futuro agradece.