Marcelo Rebelo de Sousa adiantou esta terça-feira que se sentiu na "obrigação", devido ao envolvimento da comunicação social, de contactar Dom José Ornelas na sequência da investigação do Ministério Público (MP) ao presidente da Conferência Episcopal Portuguesa por alegado encobrimento de abusos sexuais.
O chefe de Estado terá contactado Dom José Ornelas por sua própria iniciativa perante as "versões" apresentadas na comunicação social acerca do envio de uma denúncia por alegado encobrimento de abusos sexuais de menores, que envolve Dom José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, à Procuradoria-Geral da República (PGR).
"A nota é muito simples. Tinha havido a interpretação de que tinha havido uma iniciativa da Presidência da República, não necessariamente do Presidente da República, que teria comunicado alguém, neste caso o Dom José Ornelas, o envio para o Ministério Público (MP), antes do envio", afirmou Marcelo em declarações aos jornalistas.
De acordo com uma nota divulgada pela Presidência da República, "a 24 de setembro, o Presidente da República confirmou a José Ornelas esse envio, já depois de este ter sido contactado pela comunicação social sobre o mesmo assunto".
"Tomei eu a iniciativa", revelou, justificando que, "entretanto, chegou-me uma versão, apresentada pela comunicação social, de que teria sido uma iniciativa por ser A, B, ou C. [Disse-lhe que] isto é a regra geral que se aplica e, portanto, a comunicação social diz que foi uma coisa pessoal; não foi pessoal", esclareceu.
Marcelo Rebelo de Sousa adiantou ainda que tinha tomado conhecimento da suspeita de encobrimento de abusos sexuais de menores, uma vez que esta foi "enviada para a Presidência da República, [de onde] é enviada diretamente ao Presidente, [que] ‘despachou’ para o chefe da casa civil, sem olhar sequer para o teor da suspeita".