Ativistas colados à entrada da Galp foram detidos pela PSP e levados a tribunal

“Ativistas que bloquearam a Galp vão a tribunal mas os crimes são da petrolífera”, refere coletivo Climáximo.

Cerca de três dezenas de ativistas estão em protesto junto ao ao edifício da Galp, nas Torres de Lisboa, para se manifestarem contra as petrolíferas, e o seu papel na crise socioeconómica e climática.

Três dos manifestantes ‘colaram-se’ às portas do edifício para assim impedir a entrada de trabalhadores. No entanto, a PSP acabou por detê-los, tendo encaminhado os três para a sede da divisão territorial, cerca das 10h30.

Os restantes ativistas seguiram os detidos até à esquadra de Benfica, segundo o coletivo Climáximo.

Num comunicado, os ativistas referem que "os lucros recorde da Galp de 420 milhões de euros no primeiro semestre estão diretamente relacionados com o aumento dos preços e da inflação" e acrescentam que se colocaram à porta deste edifício porque a Galp, tal "como as principais petrolíferas do mundo, se aproveitou da invasão da Ucrânia pela Rússia para aumentar os seus preços e os seus lucros como nunca".

A Climáximo adiantou ainda que os manifestantes detidos foram presentes a um juiz no Campus de Justiça, mas lamentam que tenham sido eles e não os responsáveis da empresa.

Os “ativistas que bloquearam a Galp vão a tribunal mas os crimes são da petrolífera”, sublinha o coletivo, que diz ser anticapitalista e que tem como foco a “luta pela justiça climática”.

"Não esperamos justiça". "Os verdadeiros criminosos estão há muito identificados, mas continuam sob proteção dos sucessivos governos e instituições do Estado", lê-se no comunicado.

Os ativistas prometem “continuar a levar a cabo ações diretas e de desobediência civil contra a Galp e os demais culpados pelo desastres climáticos”, como “bloquear, boicotar e ocupar as maiores infraestruturas emissoras de gases com efeito de estufa, tantas vezes quantas necessárias, até os seus crimes serem travados”.