Quando o socialismo é lastro

Descapitalizando as famílias, os trabalhadores e as empresas, o socialismo aumenta as fileiras dos que precisam do Estado…

Portugal é um projeto adiado, condicionado pela fórmula socialista errada, que insiste no aumento da despesa pública, níveis absurdos de impostos e total ausência de reformas estruturais relevantes, estagnando o crescimento económico e garantindo o  empobrecimento relativo em comparação com outros Estados da União Europeia, mesmo se improváveis, porque muito mais atrasados ao tempo das respetivas adesões.

A expressão desta triste sina mede-se em números:
–  Portugal é o país com a taxa de IRC mais alta  (31,5%) e o terceiro pior da OCDE em termos de competitividade fiscal. Ocupa o 36.º lugar, numa lista de 38 países;
– Portugal acumula valores recorde de dívida pública em valor absoluto (280 mil milhões de euros, com previsões do governo para que a meta de 300 mil milhões de euros seja ultrapassada pela primeira vez em 2023), de despesa pública (113 mil milhões de euros para 2023, quase metade da riqueza criada num ano), de carga fiscal geral ( 35,8 %), e  de carga fiscal sobre o trabalho (41,8%);
– Portugal atingiu um número recorde de funcionários públicos, já em níveis que ultrapassam os números  pré-troika  (744 mil, mais 85 mil desde 2015);
– E falar de lucros excessivos é falar do Governo português, que só até ao mês de agosto já arrecadou 6.759 milhões de euros à conta da inflação e à custa das dificuldades dos consumidores, das famílias e das empresas.

As infelizes consequências estão à vista: 4,4 milhões de portugueses vivem agora  no limiar da pobreza e, em 2 anos, Portugal desceu 4 lugares no ranking dos países mais pobres, fixando-se em 8.º na União Europeia.

Já o empobrecimento relativo pode medir-se no definhamento da classe média cada vez mais vergastada e reduzida, com vencimentos estagnados e rendimentos disponíveis ridículos, mutilados por fatias crescentes de IRS, IVA, IMI, IUC, ISP e uma panóplia de outros impostos nascidos da delirante capacidade criativa de quem mandando, transformou há muito a  desejada justiça fiscal, na degradante extorsão tributária.

Descapitalizando assim as famílias, os trabalhadores e as empresas, o socialismo aumenta as fileiras dos que precisam do Estado, convertendo dependências em votos a pensar nas próximas eleições, enquanto arrasta Portugal para o fundo, ultrapassado pela Polónia e pela Hungria na lista dos países mais atrasados, antes disso pela Estónia e pela Lituânia e vendo já a Roménia no retrovisor.

Com pretensões a outros voos em Bruxelas, seria bom que António Costa pensasse um bocadinho  nisto.