“Fim ao fóssil”. Alunos barricados na António Arroio

Alunos querem realizar manifestação aberta a toda a sociedade civil este sábado, às 14h, no Campo Pequeno.

Pelo quarto dia, dezenas de alunos pediram o fim dos combustíveis fósseis e a demissão do ministro da Economia. Com início, na segunda-feira, das ações nas escolas secundárias Liceu Camões e António Arroio, e nas faculdades de Letras e de Ciências da Universidade de Lisboa, no Instituto Superior Técnico e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Avenida de Berna, o “Fim Ao Fóssil: Ocupa!” fez sentir-se em Portugal, mas com mais intensidade na António Arroio nesta quinta-feira.

A ocupação de segunda-feira surgiu como “a única resposta adequada ao facto da maior mobilização que o movimento pela justiça climática já fez, não ter tido resposta governamental”, de acordo com William Hawkey, porta-voz desse núcleo, em declarações que se podem ler num comunicado enviado aos órgãos de informação.

“Sabemos da gravidade existencial da crise climática há décadas, ninguém fez nem vai fazer nada se ação séria não for a única opção que deixamos viável”, continua, sendo que enverga uma faixa onde se lê “direto à educação ou direto à vida?”.

Importa recordar que este movimento coincidiu com o arranque da COP27 (The 2022 United Nations Climate Change Conference), no Egito, onde Portugal está presente. António Costa participou nos trabalhos da COP27 e teve encontros bilaterais, tendo-se reunido com o secretário de Estado do Vaticano e com a vice-presidente de Angola. No passado dia 13 de outubro, dezasseis ativistas do movimento Greve Climática Estudantil invadiram o Ministério da Economia (ME) para pedir a demissão de António Costa da Silva. O incidente deu-se por volta das 9h30, tendo os manifestantes entrado pelo ME e lançado notas tingidas de negro, defendendo a total transição energética para energias verdes até 2030 e pedindo a demissão do ministro da Economia.

A denúncia dos cada vez mais altos lucros das empresas petrolíferas é uma das bandeiras do movimento, que já tinha protestado em frente ao ME a 23 de setembro. Segundo uma fonte do Ministério, citada pelo JN, a maior parte dos manifestantes fugiu, tendo sido apenas cinco identificados pela PSP e libertados 30 minutos depois. 

Em março de 2019, alinhados com o movimento global #FridaysForFuture, iniciado pela sueca Greta Thunberg, os jovens ambientalistas portugueses manifestaram-se em quase 30 cidades de norte ao sul do país, exigindo medidas governamentais concretas contra as emissões de gases com efeitos de estufa.

O comunicado enviado ontem pela organização indica ainda a realização de uma manifestação aberta a toda a sociedade civil este sábado, dia 12, às 14h, no Campo Pequeno.