Navalny acusa Rússia de impedir visitas de familiares nas prisões

Opositor do regime russo disse, através do Twitter, que foi levado a um “conselho de educadores” – composto por “cinco polícias rabugentos e uma loira com unhas vermelhas e afiadas com cerca de sete centímetros de comprimento”, acrescentando: “Tentei não me aproximar dela, pelo sim, pelo não, tinha demasiado medo”.

Alexei Navalny, conhecido opositor de Vladimir Putin, revelou esta quinta-feira que enquanto esteve preso subiu “mais um nível na hierarquia dos delinquentes prisionais” e acusou a administração prisional de impedir visitas dos familiares.  

O opositor do regime russo disse, através do Twitter, que foi levado a um “conselho de educadores” – composto por “cinco polícias rabugentos e uma loira com unhas vermelhas e afiadas com cerca de sete centímetros de comprimento”, acrescentando: “Tentei não me aproximar dela, pelo sim, pelo não, tinha demasiado medo”, pode ler-se.  

No “conselho”, os agentes terão dito que Navalny era um “infrator flagrante” e que o “confinamento rigoroso” já não era “suficiente para o reeducar”, pelo que foi sugerido que fosse “transferido para uma sala tipo cela” — uma “cela apertada, como a cela de castigo”, onde se poder ter “dois livros” e “utilizar o quiosque da prisão, apesar de ter um orçamento muito limitado”. 

 

 

“Era suposto ter uma longa visita dos meus familiares assim que chegasse à colónia, mas eles não permitiram. Disseram que tinha de esperar quatro meses. Por isso, esperei”, continuou, referindo-se ao facto de ter sido transferido para o estabelecimento prisional de IK-6 +Melekhovo+. Os pais e a mulher do opositor russo estavam prontos para o visitar quando foi informado sobre a sua mudança dentro daquele estabelecimento prisional.  

“Não terei mais visitas, enquanto a administração [da prisão] se regozija, contente por satisfazer os seus superiores. Bem, vou levar isto em termos filosóficos. Eles estão a fazê-lo para me calar. Então, qual é o meu primeiro dever? É isso mesmo, não ter medo e não me calar”, afirmou, dizendo ao povo russo para, "em todas as oportunidades”, lutarem contra o regime.  

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