Lá, lá, lá, lá – Dó, Ré, Mi…….

Na música encontramos uma analogia para os estados de espírito que a vida tem: a cólera e tranquilidade, a tristeza e a alegria, a doçura e a amargura. Já Aristóteles aluía à relação da música com os estados de alma.

Por Jorge Bruno Ventura

*Professor Universitário

Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona 

Muito já se escreveu sobre a música, mas nenhum texto ou conhecimento consegue explicar a magia que esta forma de arte tem e o seu entendimento como um mistério na forma como apaixona. A música é a expressão de arte mais presente no quotidiano, um grito tonitruante da alma e conceito perfeito de linguagem universal. A música é tão importante na vida de cada um de nós, que não inocenta a opção do famoso maestro Daniel Barenboim em escolher para título de um dos seus livros a expressão Everything is connected: The Power of Music (edição portuguesa da Bizâncio), e com as seguintes palavras logo na abertura: «Estou firmemente convencido de que é impossível falar de música». Talvez o maestro se tenha inspirado na obra com o título Política, de Aristóteles: «Não é fácil determinar o que seja, nem a razão pela qual deve ser cultivada a música». Barenboim demonstra o poder da música no trabalho de fundação da West-Eastern Divan Orchestra, juntamente com o intelectual Edward Said. O sustento desta orquestra é o pilar da tolerância, pois dela fazem parte jovens de várias partes geográficas do médio oriente, como a Palestina e Israel, que têm a música como linguagem de diálogo e fraternidade entre judeus e não judeus.

São muitos os momentos do dia-a-dia em que nos cruzamos com a música. Por vezes, esse cruzamento é uma vontade manifesta para o seu consumo através da ida à sala de espetáculos ou ao festival e, também, com a intenção de escutar determinada obra musical através de um suporte de gravação. Na música encontramos uma analogia para os estados de espírito que a vida tem: a cólera e tranquilidade, a tristeza e a alegria, a doçura e a amargura. Já Aristóteles aluía à relação da música com os estados de alma.

A rádio não está isenta de culpas em todo o processo de promoção desta arte, que é a música. Bem pelo contrário. A rádio revelou-se um instrumento de grande utilidade para a divulgação musical. É uma relação lógica porque a rádio é um meio sonoro e a música uma arte sonora. Logo nas primeiras transmissões, a música teve a sua utilização com experiências de rádio feitas a partir de locais onde orquestras e grupos tocavam e tornavam a música num conteúdo de excelência para o meio rádio. 

Refinemos o nosso gosto por todas as músicas. Sim, também pelas outras, para que possamos identificar os que com ruído só sabem criar dor de cabeça.

*Professor Universitário

Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona