Uma desgraça anunciada…

A visita de Zelensky a Londres, Paris e ao Parlamento Europeu, depois de ter visitado os EUA, trazem ao de cima a urgência que a Ucrânia tem de um apoio dos países aliados.

O que estamos a assistir neste momento na Europa é uma desgraça, desde há muito, anunciada, mas nós vimos, mas continuamos a assobiar para o lado. Esta visita de Zelensky a Londres, Paris e ao Parlamento Europeu, depois de ter visitado os Estados Unidos da América, trazem ao de cima a urgência que a Ucrânia tem de um apoio dos países aliados e, ao mesmo tempo, a urgência que os países têm de ter os seus cidadãos como aliados das suas políticas. 

Desde há muito que estávamos a olhar para o panorama internacional a definhar e as instituições designadas para trabalhar a ordem internacional estavam impotentes de agir conforme a diplomacia. A Primeira Guerra Mundial não nos serviu de exemplo, bem como a Segunda Guerra. Se esta guerra não nos oferecer um organismo internacional robusto renovado – necessariamente, dentro do quadro da ONU – então, possivelmente, dentro de algum tempo estaremos com uma nova guerra.

 

Nenhum país, como a Rússia, poderá ter assento no Conselho de Segurança da ONU com direito de veto, quando, ao mesmo tempo, é o país agressor. Aliás, o povo português, pelos vistos, sabe mais do que os diplomatas – «Ninguém é bom juiz em causa própria».

É verdade o que disse António Guterres – estamos a assistir a uma corrida ao armamento e a um impasse enorme na resolução desta guerra. No entanto, a questão é sempre a mesma: haverá outra solução para a resolução deste conflito? Se se esgotaram as vias diplomáticas e políticas para a resolução do diferendo, que outra hipótese poderá ter a Ucrânia e o Mundo se não dar continuidade à guerra até obter a paz? Será justo, em nome da paz, abdicar de uma parte do território soberano internacionalmente reconhecido sem quaisquer consequências?

De facto, depois da Segunda Guerra Mundial, esperávamos nunca mais ver a Europa colocada na situação em que nos encontramos neste momento. Será possível evitarmos uma Terceira Guerra Mundial? Penso que é, não só, possível, mas acima de tudo obrigatório. 

 

O que desejamos, acima de tudo, dentro do nosso coração é estabilidade e segurança, para podermos ajudar as sociedades a desenvolverem-se. Sem segurança, sem estabilidade, não conseguiremos avançar com um desenvolvimento em que os pobres possam ser incluídos na lista das prioridades. Na realidade, parece que estamos a gastar mais dinheiro em armamento do que no combate à pobreza. Porém, é importante que tenhamos consciência que sem segurança nacional e internacional, não conseguiremos, nunca, fazer desenvolver os povos. 

 

Travamos muitas lutas pela igualdade – de género, de raças, de espécie, de ecologia – e isso é um sinal de progresso e de desenvolvimento dos povos. Porém, se não cuidamos da segurança e da estabilidade dos povos, de que nos vale termos leis de igualdade e dignidade da vida humana se não conseguimos a coisa mais básica que é cuidarmos uns dos outros e não deixarmos que nos exterminemos uns aos outros. 

Todos precisamos de uma coisa muito importante – a paz!

 

P.S. – É inevitável que na próxima semana se deixe de falar do palco e se comece com uma nova justiça – a pedofilia dentro da Igreja. Essa será uma nova guerra que não podemos deixar de travar na Igreja e na sociedade.