Política de imigração

A campanha de propaganda do PS tem explorado a seu favor, muito eficazmente, o radicalismo do Chega e tem tentado colá-lo aos partidos do centro-direita. O PS é o maior beneficiado com essa campanha e a maioria absoluta nas eleições legislativas aí está para confirmar. Parte da comunicação social tem colaborado objectivamente com a campanha dos socialistas.

por Luís Jacques
Engenheiro civil

É muito importante que Luís Montenegro tenha falado na imoralidade de trabalhadores activos ganharem menos do que desempregados e de ter proposto um Programa de atração, de acolhimento e de integração de imigrantes.

Como não se quer diminuir as prestações sociais tem de se diminuir a carga fiscal sobre os trabalhadores e criar as condições às empresas, com benefícios fiscais, para investimento produtivo que paguem salários mais altos.

Portugal precisa dos imigrantes para muitas actividades e não tem um problema de imigração, mas é necessário combater as redes de tráfico humano que foram postas a descoberto no Alentejo e em zonas das áreas metropolitanas das grandes cidades. Também considero que não devem vir só os imigrantes com contrato de trabalho, até porque os menos qualificados vêm para Portugal para depois arranjarem trabalho. Portugal tem de ter um programa de acolhimento e de integração de imigrantes.

O PSD tem de assumir, sem complexos, a posição que defende para cada um dos assuntos da nossa actualidade e saber explicá-la. O PSD não pode ter medo de abordar os assuntos de que o Chega fala. Os portugueses têm de saber qual a posição do PSD.

O PSD existe há 49 anos e o Chega existe há 4 anos!

A campanha de propaganda do PS tem explorado a seu favor, muito eficazmente, o radicalismo do Chega e tem tentado colá-lo aos partidos do centro-direita. O PS é o maior beneficiado com essa campanha e a maioria absoluta nas eleições legislativas aí está para confirmar. Parte da comunicação social tem colaborado objectivamente com a campanha dos socialistas.

Espero que o PSD e o CDS/PP não cometam o mesmo erro de não terem concorrido em coligação às últimas eleições legislativas. O PS não teria tido maioria absoluta e até poderiam ter ganho as eleições com a dinâmica de vitória que se criaria.

Considero que o PSD deve concorrer às eleições regionais, europeias, autárquicas ou legislativas numa coligação pré-eleitoral com o CDS/PP e o PPM para criar uma dinâmica de vitória e ganhar as eleições ao PS. De outro modo os votos do CDS/PP e do PPM serão perdidos com benefício para os socialistas.

Se a coligação não tiver maioria absoluta deverá fazer um acordo de governo com a Iniciativa Liberal. Nunca o Chega deverá fazer parte de um governo do centro-direita.

Em relação ao Chega, o que os dirigentes do PSD têm de dizer é que se os portugueses não querem que um governo do centro-direita esteja dependente do Chega devem dar uma maioria absoluta à coligação PSD/CDS/PPM, como fizeram com o PS.

O PSD sozinho, com mais três partidos à sua direita, não consegue uma maioria absoluta.