Política e ideologia no lugar do mérito

Mais uma polémica desnecessária. O Presidente, segundo consta, quer nomear o advogado que o tirou da cadeia, o que tem sido alvo de críticas.

Por Aristóteles Drummond

Nas próximas semanas será aberta uma vaga no Supremo Tribunal Federal, no Brasil. Até agora as constituições definiam que, para se ocupar a função, o indicado deveria ter «notável saber jurídico e reputação ilibada». Mas o presidente Lula tem sido pressionado a escolher uma mulher negra ou, em último caso, um negro. Embora existam negros que atendam aos requisitos, a tese não tem aceitação nos meios jurídicos. A atual composição já inclui duas mulheres e os negros sempre foram presentes, como com os ilustres Pedro Lessa e Hermenegildo de Barros, há quase um século, e recentemente Joaquim Barbosa, que foi o relator do famoso processo do mensalão. No Judiciário brasileiro, mulheres e negros estão bem representados por seus méritos. Um dos lembrados, e membro de outro tribunal, é Benedito de Barros, negro, mas que já tendo 69 anos estaria muito perto da reforma. Mais uma polémica desnecessária. O Presidente, segundo consta, quer nomear o advogado que o tirou da cadeia, o que tem sido alvo de críticas.

 

VARIEDADES

• É inacreditável a pauta do governo e das mídias neste momento de economia frágil. Igualdade salarial entre homens e mulheres, com pesadas multas às empresas, regulamentação das mídias sociais, imposto sobre exportação de petróleo, deputado discursando de peruca condenando uso de casas de banho femininas por transexuais e a presença em equipes de esporte. Mas o mais inacreditável é que as esquerdas conseguiram que Lula termine com a isenção de visto para turistas americanos, canadenses e japoneses em nome da ‘reciprocidade’. O mundo ligado ao turismo está chocado. Propostas para atração de investimentos, geração de ambiente amigável ao capital igual a zero. Este agosto vai ser o mês do desgosto, pois o ano já estaria comprometido com os erros e omissões.

 • Depois da grande repercussão do remake de Pantanal, a Rede Globo pensa em refazer outros sucessos entre suas novelas antigas.

• O empresariado pede uma série de medidas que possam permitir a recuperação do setor industrial. A indústria no final do regime militar representava a metade do PIB e hoje, apenas um quarto. Os dois mandatos de FHC iniciaram o declínio da indústria, prejudicada na qualidade, na tecnologia e nos impostos.

• A novela das joias dadas de presente ao casal Bolsonaro pela Arábia Saudita tem trato político. As responsabilidades do casal foram significativas, mas não definitivas, pois as joias não chegaram às mãos deles e portanto, não se pode garantir que não teriam tido o destino legal.

• O ex-chanceler Celso Amorim, assessor internacional de Lula da Silva, é o autor do projeto para fazer do presidente do Brasil Prémio Nobel da Paz. Esta é a inspiração para ele participar de uma mediação na guerra da Ucrânia. Semana passada Lula telefonou para o Rei Charles para tratar de meio ambiente. Amorim que é da ala mais esquerda foi a Caracas visitar Maduro e tratar da reabertura da embaixada do Brasil.

• Os lucros da Petrobras em 2022 foi o terceiro entre as petroleiras. Acima só a Exxon e a Shell.

• A agência Fitch Ratings prevê que Brasil e Chile terão um ano negativo na economia.

• Andrea Bocelli estará em São Paulo em maio de 2024. Os ingressos começaram a ser vendidos e vão de cem a mil euros. Esta semana quem fez sucesso no Rio foi Salvador Sobral ,com a canção tema de duas novelas.

• António Montenegro Fiuza preside a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria no Rio e está à frente de dois grandes eventos. O primeiro é a promoção de produtos portugueses na cozinha brasileira, que acontece no fim do mês, no Copacabana Palace. E o segundo, no final de abril, o Web Summit Rio de Janeiro, a primeira na América do Sul. O comandante da Câmara em São Paulo é Nuno Rebelo de Sousa, filho do presidente de Portugal, radicado há muitos anos na capital paulista.

Rio de Janeiro, março de 2023