O aniversário do regime

A democracia de Abril menospreza por inteiro os problemas que condicionam o nosso crescimento económico e social, preferindo focar-se nas causas que não põem comida na mesa dos portugueses, como o aborto, a eutanásia, os casamentos homossexuais, a adopção de crianças por casais homossexuais e agora, mais recente, a última moda, a oportunidade dos miúdos…

O regime prepara-se para festejar mais um aniversário da sua fundação, tendo escolhido para local dos festejos, conforme vem sendo hábito, aquele imenso circo a que pomposamente chamam casa da democracia e dentro do qual se pavoneiam, acredito que com algumas, mas certamente escassas, excepções, mais de duas centenas de inúteis que nada produzem, a não ser oferecerem-nos, quase diariamente, degradantes espectáculos rascas onde predomina a falta de educação e a total ausência de sentido de Estado.

Para abrilhantar a festarola, contratou-se como artista principal um tal de Lula da Silva, que quis o destino que ocupe de momento a mais alta magistratura do maior país de língua falante portuguesa.

Parece, no entanto, não se ter consigo obter consenso quanto à actuação daquela versátil celebridade, facto que se estranha e de difícil percepção, atendendo a que seria quase impossível encontrar-se alguém com melhor currículo do que ele para para se dirigir à nossa triste classe política na festa que se aproxima.

Na verdade, Lula é uma fonte de inspiração para os politiqueiros que se têm entretido a destruir a nossa milenar Nação, pois ele notabilizou-se, precisamente, por implementar no Brasil as principais conquistas que a partidocracia de Abril instituiu por cá: corrupção, nepotismo e falhanço da justiça!

Poderá, assim, aproveitar o palco que lhe é oferecido para explicar como logrou espalhar a corrupção por todas as estruturas do Estado, enriquecer e distribuir riqueza pelos seus amigalhaços e familiares mais próximos e, após ser condenado pela justiça e ter cumprido pena de prisão, conseguir safar-se através de alegados erros processuais e concorrer de novo à presidência.

Poderá, igualmente, orgulhar-se do seu maior feito: apesar de todos esses constrangimentos de índole criminal, obteve a aprovação do eleitorado, que lhe conferiu o poder de o representar e governar!

Sócrates, o nosso estudante de filosofia, não o filósofo grego, será, seguramente, um ouvinte atento!

Naturalmente que a rapaziada que, entre nós, tomou de assalto os vários corredores do poder, pouco, ou mesmo nada, terá a aprender com Lula, atendendo a que há muito que se especializou na arte de depauperar os fundos públicos, seja por desfalques intencionais ou por simples incompetência a que não é alheia a plena impreparação para o exercício de funções no aparelho do Estado.

Há muito que deixámos de ter profissionais na política, gentes com valores, princípios e experiência de vida suficientemente rica para porem ao serviço da comunidade os seus conhecimentos adquiridos ao longo de anos de trabalho, para passarmos a ter políticos profissionais, garotos que nunca exerceram um ofício para além da sabujice construída nos gabinetes ministeriais, parlamentares e autárquicos e tendo como único objectivo a satisfação dos interesses partidários e dos chefes a quem se entregam com uma fidelidade canina.

Tomam decisões que afectam a vida de milhões de pessoas, sem que alguma vez tenham tido a seu cargo a responsabilidade de pagar um ordenado a um trabalhador que seja, nem sequer passado pela condição de empregados de outrem.

Não sabem o que é mandar e muito menos como obedecer!

Abril produziu uma geração de políticos incultos e demagogos que, sem nenhum pudor, afastaram progressivamente aqueles que ainda se reconheciam por alguma verticalidade e noção de dever, passando a gerir o País de igual modo como o fariam numa qualquer agremiação recreativa.

Focados na política espectáculo, governam para as televisões e ao sabor das sondagens e da opinião publicada, tendo como exclusiva preocupação as eleições seguintes e estando-se a borrifar para o legado a deixar às gerações futuras.

Pensa-se apenas no dia de hoje e ignora-se por completo o dia de amanhã!

A democracia de Abril menospreza por inteiro os problemas que condicionam o nosso crescimento económico e social, preferindo focar-se nas causas que não põem comida na mesa dos portugueses, como o aborto, a eutanásia, os casamentos homossexuais, a adopção de crianças por casais homossexuais e agora, mais recente, a última moda, a oportunidade dos miúdos poderem escolher, em ambiente escolar, o género com que se identificam, seja lá o que isso for!

A ideologia do género impôs-se ao aumento da produtividade, daí estarmos cada vez mais empobrecidos e com uma sociedade dividida e fracturada.

É esta a herança da revolução que os politiqueiros do sistema se preparam para comemorar.

Um País jogado para a cauda da Europa, nos níveis de desenvolvimento e de produção de riqueza, e no qual a extrema pobreza atinge proporções cada vez mais preocupantes e com uma classe média que tende a desaparecer, fruto de uma acentuada perda de poder de compra que se agrava a cada dia que passa.

Um Estado completamente roído pela corrupção e pelas benesses distribuídas pelos largos milhares de servidores do regime, empoleirados em inúteis departamentos estatais idealizados somente para os acolher, e que, para sobreviver, castiga os seus concidadãos com impostos insuportáveis, mas cujo retorno, em termos de serviços comunitários, se esfuma como que por encanto.

E um Povo, amorfo e indolente, que tudo aceita sem pestanejar, parecendo contentar-se com as poucas migalhas que recebe das mãos dos seus governantes, retribuindo-lhes, generosamente, com o seu voto quando chamado para o efeito.

É este o retrato do Portugal de Abril.

Dizem, os seus protagonistas, que é o preço da liberdade.

Só seremos livres, digo eu, quando nos livrarmos desta fraca plebe!