BCE. É oficial, subida das taxas de juro em 25 pontos base

BCE refere que “a inflação ainda está bastante elevada”, apesar de ter recuado nos últimos meses.

Tal como já era esperado, o Banco Central Europeu (BCE) aumentou as taxas de juro, em linha com o que era esperado. No entanto, este acréscimo de 25 pontos base representa um abrandamento do ritmo face aos aumentos anteriores, tal como já tinha sido avançado pelos analistas ao SOL.

No comunicado divulgado após a sua reunião de política monetária, o BCE refere que "a inflação ainda está bastante elevada", apesar de ter recuado nos últimos meses.

Em relação ao impacto, Ricardo Evangelista,  analista da ActivTrades, diz que não tem dúvidas. "Far-se-á sentir através de uma subida no custo do crédito. Quem tiver empréstimos, como hipotecas, com taxas variáveis, irá sentir um agravamento das prestações devido a subidas das taxas Euribor, que normalmente acompanham as das taxas de referência do BCE".

Uma opinião partilhada por Paulo Rosa, economista do Banco Carregosa ao admitir que a alta das taxas de juro vai continuar a deteriorar substancialmente o rendimento disponível das famílias, prometendo penalizar também o crescimento económico devido à retração do consumo privado. "O crescimento da economia portuguesa está cada vez mais dependente do turismo e do emprego. O bom desempenho do mercado de trabalho, existindo quase cinco milhões de pessoas a trabalhar em Portugal, tem contribuído para o aumento do PIB", salientou. O mercado espera uma nova subida de 50 pontos base para 4 de maio e de uma subida adicional de 25 pontos base na próxima reunião de 15 junho.

Os analistas da XTB Henrique Tomé e Vitor Madeira admitem que a trajetória dos juros poderá também mudar se a inflação começar a abrandar mais do que se prevê. No entanto, para quem tem crédito refere que o impacto poderá ser sentido por várias vias. "No caso das famílias endividadas isto será um problema porque vai aumentar as suas despesas com créditos indexados a taxas de juro variáveis. Este impacto da subida das taxas de juro também terá efeito nas empresas portuguesas que recorrem ao crédito com taxas de juro variável ou dificultar a aquisição de crédito adicional, fazendo aumentar as despesas, e assim, dificultar a subida de salários ou contratar mais pessoal», mas lembram que «estas medidas são necessárias para que as pressões sobre os preços possam começar efetivamente a diminuir, por via da diminuição do consumo e atividade económica".

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