Já há algum tempo que a presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC), a dra. Dulce Rocha me fez entrar numa nobre missão (mais uma em que entro de cabeça) mas na verdade de uma tristeza cheia de consequências nefastas para quem vive uma realidade sem ser compensado, remunerado ou mesmo considerado pelos abusos sexuais que sofreu em criança. O Instituto de Apoio à Criança de mãos dadas com o projeto ‘Justice Initiative’ ou traduzindo, uma ‘Iniciativa Justa’, pretende fazer o que seu mentor fez na Suíça, em todos os Estados-Membros do Conselho da Europa: Reparar, Repor e ser Considerado.
A entreajuda é um círculo, e eu fui chamada para socorrer numa parte sensível, a chamada recolha de assinaturas e onde todos os artistas portugueses se podem juntar mais uma vez a uma Iniciativa para obrigar todos os que encobrem os abusos sexuais, sendo assim forçados a agir com novas diretivas de onde o encobrimento mas também a reparação passem a ser palavras-chave em todos os lugares onde decorrem abusos sexuais de crianças.
Guido Fluri, empresário e filantropo, não se deixou demover ao fazer da sua missão, uma missão de todos. Guido, não impediu de transformar o seu sofrimento numa batalha para que outros sejam poupados a uma mutilação da alma. Sim, a alma é nos arrancada, cuspida e temos de estar constantemente a fazer reparações. Reparações em nós, atingindo os que nos são próximos, do mal que alguém deixou, sem olhar para trás. Desta Iniciativa fazem parte os países suficientes para fazermos a diferença. O encontro do projeto que circula pelos Estados-Membros do Conselho da Europa, contou com vários especialistas do nosso país: Desde a dra. Dulce Rocha, ao próprio Guido Fluri, ao secretário de Estado Adjunto e da Justiça, o Dr. Jorge Costa, o professor José Duarte Nogueira, a vice-presidente e a presidente das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), o professor Amos, o dr. Ângelo Fernandes, a dra. Lúcia Mittermeyer entre tantos outros/as.
Nos jardins da Universidade Lusíada, evento minuciosamente preparado pela professora Ana Sofia Gomes no entanto todo organizado pelo IAC na pessoa da Paula Paçó, encontramos uma marcante exposição de quem não teve medo de dar a cara, expondo assim as suas feridas, do fotógrafo Simone Padavoni. Perdi-me naquelas fotografias. Nos olhos. Na história por detrás delas.
Querido Guido e Tânia, quando forem entregar a petição a Bruxelas deem-me a mão e levem-me convosco. Fazer parte desta equipa é mais uma maneira de mudar o mundo de todos os mundos. Se bem sabemos a esperança e a luz são a transformação da borboleta. Somos todos um processo em transformação quando existe trauma mas sobreviventes quando prestamos serviço cívico! Juntem-se a nós!