Pauta do ódio prevalece

A Baía de Guanabara virou um cemitério de navios. Seriam mais de 60 embarcações abandonadas, muitas com ações judiciais de cobrança de dívidas, que colocam em risco a segurança e o meio ambiente.

O Brasil vive um momento de cobranças fora da realidade. O técnico Cuca, do Corinthians, foi despedido em duas semanas após a lembrança de que em 1987 foi condenado na Suíça por abuso sexual. Cumpriu pena alternativa, há 34 anos. 

Um  avião da GOL, no aeroporto de Salvador, teve um incidente com passageira que se negava a transferir a bagagem para o porão da aeronave e  desrespeitou o Comandante, que pediu a Polícia para a retirar da aeronave. Como a passageira era negra, foi registrada queixa de racismo.  A Justiça tem recebido ações de racismo ou homofobia em numero inédito. A legislação desde muito prevê punições  para casos configurados, mas não a proteção as pessoas por raça ou opção sexual.

Um banco digital, C6, foi obrigado a recolher um manual recomendando  aos funcionários  que procurassem se apresentar  penteados, com roupas em bom estado, cuidar da higiene pessoal pois a apresentação do funcionário reflete a  imagem da empresa. O sindicato achou abuso de poder as recomendações. 

 

VARIEDADES

• O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, passou uma semana no Rio muito festejado pelos políticos locais. Foi recebido em Piraí  pelo ex-governador Luis Fernando Pezão em almoço. Carreiras foi diretor da cervejaria CINTRA, que ficava  na cidade  então administrada pelo ex-governador.

• Lula não resiste a um evento internacional. Já está em Londres para a coroação.

• Lula não tem perdido oportunidades de gerar críticas desnecessárias. A comunidade israelita protestou contra as declarações do Presidente do Brasil sobre as disputas no Oriente Médio. E a falta de ação do Governo em relação às invasões de propriedades agrícolas provocou o ‘desconvite’ para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comparecer a um evento no interior de São Paulo. Nos quatro anos de Bolsonaro, foram poucas as invasões, reprimidas em dias.

• Depois de afirmar que não disputaria um segundo mandato em 2026, Lula agora diz que pode ser candidato, pois Biden tem praticamente a mesma idade, apenas com um ano a mais, e anunciou a candidatura.

• Bolsonaro começou a depor nos inquéritos a que responde. O mais perigoso para ele foi a inusitada reunião com 40 embaixadores estrangeiros, antes das eleições, para criticar o modelo brasileiro. Embora com muitos seguidores, o ex-Presidente é politicamente um homem isolado, limitado aos seus mais próximos.

• A Baía de Guanabara virou um cemitério de navios. Seriam mais de 60 embarcações abandonadas, muitas com ações judiciais de cobrança de dívidas, que colocam em risco a segurança e o meio ambiente. As autoridades não sabem o que fazer para resolver o problema.

• O economista Armínio Fraga, que apoiou Lula da Silva na segunda volta, acha que o arcabouço fiscal proposto pelo Governo não vai dar certo. Fraga acredita que o aumento do endividamento público não colabora para queda dos juros. Muito pelo contrário. Outro nome respeitado na área de contas públicas, Everardo Maciel, também não crê no arcabouço proposto.

• O novo membro da Academia Brasileira de Letras é o filólogo Ricardo Cavaliere. Venceu Mauricio de Sousa, o criador da revista infantil Turma da Mônica. Cavaliere é grande benemérito do Real Gabinete Português de Leitura e teve presença no Liceu Literário Português. Mora no Rio de Janeiro.

• A Prefeitura de São Paulo gasta mais de um mil milhões de euros para subsidiar o transporte público por autocarros. O valor pode aumentar este ano. Um gasto sempre preocupante. 

• Pelé já é verbete no dicionário Michaelis digital e entra na próxima edição impressa. Pelé   é «aquele fora do comum», «incomparável» ,«único», «excecional». 

• A indústria em São Paulo  encolheu 25% em doze anos. Impostos e leis laborais inibidores do investimento. 

• A  AZUL já liga Campinas a Paris. O voo pousa em Orly. 

• Lula aumentou os salários do setor público federal em nove por cento. 

Rio de Janeiro, maio de 2023