O ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, condenou a suspensão do acordo dos cereais por parte da Rússia.
O português alertou que o preço a pagar pelos mais vulneráveis "é gravíssimo" e esperando que Moscovo reverta a sua posição.
"Estar a fazer países africanos e não só africanos, países em vias de desenvolvimento, pagar um preço muito elevado por um problema que não foram eles que criaram, é gravíssimo", declarou o antigo primeiro primeiro-ministro português, durante o 6.º Eurafrican Fórum, ao qual preside, em parte de uma entrevista concedida à Lusa.
Barroso manifestou também o desejo de que a suspensão do acordo, que permitia a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro, em plena ofensiva russa na Ucrânia, venha a ser revertida.
"Sei que está a ver uma grande pressão de alguns países, não apenas dos países ocidentais", comentou, pedindo que "se oiça a voz dos países mais afetados, porque – é aquela velha expressão em várias línguas -, quando há um problema grande entre os grandes, quem sofre são os mais pequenos", argumentou.
O também presidente da Aliança Global para as Vacinas, mencionou o caso dos países africanos, "que não têm nada a ver com esta guerra ou não estão diretamente implicados" e que "são os que sofrem as consequências desta maneira brutal".