Lisboa é uma Startup City

A cidade de Lisboa tem sido distinguida nos últimos tempos com diversos galardões. A CNN classificou-a como a cidade mais cool da Europa, foi também considerada a melhor cidade do país para viver, investir e visitar pela consultora Bloom Consulting, e outros prémios colocam a capital portuguesa no topo das escolhas para turistas e investidores.

O SOL foi saber junto de Rui Coelho, director executivo da Invest Lisboa, quais as vantagens competitivas da cidade. O responsável garante que as mais-valias da capital são muitas: “Lisboa é, para quem está fora da Europa, uma porta de entrada no mercado europeu, 500 milhões de consumidores com elevado poder de compra; e para quem está na Europa é uma plataforma de acesso aos mercados emergentes de países de língua oficial portuguesa, cerca de 250 milhões de consumidores”.

Lisboa como a plataforma de negócios do Atlântico

Também a proximidade cultural e o know-how dos recursos humanos e das empresas portuguesas tornam Lisboa vocacionada para ser base de lançamento ou parceira. Rui Coelho garante ainda que a melhor qualidade das infra-estruturas e do funcionamento de portos, aeroporto e outros meios de transporte e logística também contribuem para o posicionamento geoestratégico. “Como marca, temos tentado promover o conceito Lisbon Atlantic Business Hub, ou seja, posicionar Lisboa como a plataforma de negócios do Atlântico”, salienta.

Outro dos motivos da atractividade de Lisboa é, na opinião do director da Invest Lisboa, o facto de se encontrarem excelentes recursos humanos, flexíveis, criativos, com boa formação técnica, e uma cultura de abertura a novas ideias. Uma grande percentagem da população tem conhecimentos de outros idiomas, o que é uma mais-valia para as empresas de outros mercados.

Rui Coelho assegura mesmo que, em Lisboa, as empresas conseguem ter acesso a padrões de qualidade europeus, ou até superiores, no que diz respeito a escritórios e outras instalações, bem como a recursos humanos, a custos muitíssimo competitivos.

“Temos assistido a investimentos de empresas do sector do turismo, não só de alojamento, mas também ao anúncio da construção do novo porto de cruzeiros e de marcas de retalho de grande qualidade, que se têm vindo a instalar nas zonas da Avenida da Liberdade e do Chiado para tirar partido do crescimento do número de turistas”, revela o responsável.

Surgem novas empresas, como a Subsea 7, de origem norueguesa, que instalou um escritório no Parque das Nações com 2.000m2 e está a contratar 300 engenheiros, para desenvolver projectos em África e no Mediterrâneo.

Lisboa também assistiu a um movimento empreendedor, que tem gerado várias startups, e pode-se dizer que é uma Startup City emergente, com várias incubadoras. Casos da Startup Lisboa, da Labs ou da Dock 38, aceleradoras como a Beta-i, espaços de co-working como o Cowork Lisboa ou o Work’in Marquês, tudo factores que contribuem para gerar notoriedade e interesse externo.

Além dos portugueses, residentes e emigrantes, os maiores investimentos em Portugal vêm de países da União Europeia. Lisboa atrai ainda projectos extracomunitários, resultado do programa dos vistos gold. “Há ainda um interesse acrescido de investidores franceses, porque a notoriedade e a imagem da capital tem vindo a aumentar muito nesse mercado e entraram em vigor benefícios fiscais interessantes”, adianta Rui Coelho.

2014, ano das oportunidades

O responsável está confiante em 2014 e acredita que se deve encarar este ano como uma oportunidade para se criarem mais sinergias e economias de escala entre os diferentes agentes do mercado, para sermos mais criativos e captar cada vez mais empresas e investimentos, para que seja possível criar novos empregos e riqueza a uma escala muito maior. “O sucesso de Lisboa nesta competição internacional por turistas, empresas, investimentos e talentos, será tanto maior quanto mais as forças vivas da cidade se unirem em torno destes objectivos. São objectivos que vão para além da cidade e da própria região, pois Lisboa é a principal marca de Portugal e quanto maior sucesso tiver, mais isso se reflectirá, positivamente, em todo o país”, conclui Rui Coelho.

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