Se uma solução de esquerda chumbou um orçamento de Estado pela primeira vez na nossa democracia, que garantias de estabilidade assegura num próximo mandato? E se uma solução de direita só será possível mediante a participação de um partido extremista, que confiança pode ter o nosso regime democrático?
Como pano de fundo destes debates televisivos emergiu a realidade, exibida a quem os viu, da clara impreparação evidenciada por alguns candidatos
Passada a melancolia do Natal, seguimos para a euforia inconsciente de um novo ano, entusiasmados ao ponto de voltar a vociferar resoluções que tentaremos cumprir
Preferimos fechar os olhos ao que se passa em nosso redor e falamos ao vento sobre a formação do capital humano, de inovação, de territórios inteligentes, inclusos e sustentáveis, num discurso adequado apenas às urbes e às características próprias de uma elevada densidade populacional.
Quem se move nas estruturas dos partidos tem de compreender que as melhores oposições não são aquelas que gritam mais alto, as que escolhem fazer valer os seus argumentos pelo tom exacerbado que utilizam…
A cultura é semelhante aos oceanos, une e não separa, é transversal a toda a sociedade e consegue manifestar uma habilidade especial de envolver as mais variadas dimensões.
A Macaronésia constitui um importante núcleo cultural que ultrapassa os seus limites geográficos e desencadeou nestes últimos dias duas significativas lições, saídas diretamente destas ilhas.
O declínio preocupante da confiança dos cidadãos no sistema político e nos seus representantes encontra uma das suas explicações na ausência de sentido de Estado por parte dos eleitos e, sobretudo, na inaceitável tendência para os sectarismos, responsáveis por remeterem para segundo plano a principal missão: privilegiar e defender a causa comum.
Um dos grandes segredos por desvendar na política reside precisamente na habilidade de compreender o comportamento eleitoral e tentar antecipar a sua crescente imprevisibilidade
A verdadeira essência da democracia fica prejudicada e acaba por alinear a desejável participação ativa dos cidadãos, que optam então por escolher a pior solução possível, a abstenção que todos deveriam combater.
Estes tempos de pandemia, onde a mensagem política terá de privilegiar a via digital, vão exigir ao eleitor que esteja atento à informação divulgada com maior cuidado do que costuma ser habitual.
A urgente coesão territorial, social e económica, deverá ser compreendida e promovida também pelas autarquias, dentro dos seus espaços geográficos, dando o seu decisivo contributo local para o esforço nacional.
António Damásio, quando menciona que a natureza criou o instrumento da racionalidade não apenas por cima do instrumento de regulação biológica, mas também a partir dele e com ele…
A proximidade entre eleitores e eleitos ao nível local tem tradições remotas, recuando até aos town hall meetings do século XVII da história colonial nos Estados Unidos da América, e o seu legado, assim como as suas verdadeiras intenções, não podem deixar de ser ainda hoje considerados.
Neste repto à cooperação e sustentabilidade entre cidades, Cascais tem todas as condições para se assumir como um verdadeiro centro diplomático internacional.
A concentração de órgãos autárquicos teve novo impulso com as uniões de freguesias em 2013, em muitos casos injustificáveis, originando novas áreas administrativas superiores a vários municípios…
Uma das lições que se pode retirar da pandemia que enfrentamos, reside na redução considerável das emissões poluentes e do uso de combustíveis fósseis, responsáveis por uma considerável melhoria da qualidade do ar.
Em Bolama, cidade histórica da Guiné-Bissau (capital da antiga colónia portuguesa até 1941) existem os maiores marcos culturais e arquitetónicos do país.