Fazia todo o sentido escrever esta semana sobre o cante alentejano. Infelizmente não tenho muito para dizer sobre o assunto – a não ser que, embora desejasse que o seu reconhecimento pela Unesco pudesse ter repercussões na região, duvido que isso aconteça.
OVerão é fácil em todo o lado. O Verão no Alentejo é especialmente fácil porque, como passei tantas vezes férias na costa alentejana, só o facto de calçar sandálias e estar calor logo de manhã muito cedo dá uma sensação de férias permanentes, mesmo quando vou trabalhar. E embora seja uma sensação falsa, melhora imenso…
“Quando eu fui viver para a minha casa, durante muito tempo dormi num colchão no chão”. Esta é a frase que mais ouço quando deixo escapar um lamento sobre tudo o que ainda está por fazer ou por comprar.
Aqui, ao rural profundo e ostracizado, as notícias chegam à mesma hora mas com impacto diferente.
O Verão passa depressa – e, entre o trabalho e as idas obrigatórias à praia, não consegui sentar-me mais do que dez minutos na cama de rede da varanda nem estar um único dia inteiro no monte.
Quando nos mudámos para o Alentejo, viemos para uma casa pouco mais do que vazia. Além de uma máquina de lavar roupa e de um frigorífico, das loiças da casa de banho e de um armário por baixo do lavatório, a casa não tinha nada. Embora o orçamento fosse limitado, uma das coisas que entraram…
Este foi o meu primeiro ano como pessoa adulta em que as minhas roupas começaram a morrer de velhice, que é como quem diz, de uso.