Sobrou a imagem de um governo sem rei nem roque, um alfobre de oportunistas, um ver se te avias, um chico-espertismo institucionalizado.
A imagem do primeiro-ministro na sessão de posse de novos membros do Governo é significativa. Ele ali estava, sentado, entregue, rendido, absorto.
Quem escolhe os ministros, quem gere o Governo, é um homem concreto que tem por nome António Costa. E a verdade é que falhou repetidamente no exercício das suas competências.
A mundialização da economia, as complexas relações de equilíbrio de poder, as conveniências, varrem muita coisa para baixo do tapete, fazem de conta, olham para o lado. Ou, então, erguem as vozes e condenam mas não cortam os laços.
Aquilo a que se chamava direita está hoje tomado de assalto por movimentos populistas. E não uns quaisquer de menor importância. Juntam-se os negacionistas, os fundamentalistas religiosos, os geralmente descontentes. Não que a esquerda não tenha tentado também e continue a surfar o oportunismo, mas a verdade é que foi ultrapassada e parece dedicar-se a…
A generalidade dos portugueses sabe que existia e existe um problema conducente a fazer-nos não beneficiar das vantagens da produção da eletricidade europeia e da impossibilidade dos europeus beneficiarem dos resultados das nossas energias renováveis.
Lutar contra os aumentos da função pública, ou contra a atualização das pensões, ou contra a manutenção ou incremento da pressão fiscal, é lutar pela austeridade.
Durante muito tempo, a Europa, principalmente, viveu entusiasmada por não acontecer nela uma guerra.
Claro que há pessoas para quem os danos são mais profundos e outras a quem a dificuldade custa menos. E claro, também, que o Estado tem limites na abertura dos cordões à bolsa. Ora, de entre todos aqueles que perdem, os reformados são mais visíveis.
O dr. Costa tem razão num ponto. Só caindo este governo poderá esperar-se uma nova política. Mas a verdade é que a longa marcha da esquerda foi interrompida.
Diz o líder do principal partido da oposição ser necessário que este governo seja muito escrutinado. Muito curiosamente, até apoiantes deste último se dão conta disso quando admitem que se a ‘geringonça’ continuasse algumas coisas não tinham acontecido.
Ora, quando um responsável de uma empresa anuncia um aumento de 40% na eletricidade, o cidadão tem um choque. Se assim é, um cidadão chamado Costa sente-se eletrocutado. Daí a reação intempestiva, talvez populista se de outro quadrante viesse, de ameaçar de punição a empresa.
Era um momento esperado. No debate do estado da Nação esperava-se, depois de várias debilidades apresentadas pelo Governo, a avaliação da sua capacidade de resistência, do seu reganhar de confiança, do retomar da iniciativa. Do mesmo passo e em contraponto, espicaçava o interesse saber como o PSD da nova liderança se iria apresentar. As dificuldades…
Um governo não é uma associação recreativa nem um bar do Bairro Alto de onde se pode vir com o corpo cheio de facadas.
Talvez não fosse necessário tanta controvérsia, talvez não se exigisse tanto ruído, talvez não fosse preciso assistir ao fecho dos serviços cuja essência é estarem abertos. Bastaria ao Governo fazer aquilo para que existe: governar.
Scholz, afinal, não é mais nem menos do que o confiante Schröder, do que os aliados de governo com a anterior Chancelerina alemã, de todos aqueles que entregaram a Europa à dependência do gás russo.
Há um povo que representa um osso atravessado na garganta. Há uma parte significativa do mundo que levanta outra vez a voz contra a sede de conquista, a dominação e a barbárie.