Paulo Portas vai pedir esta semana reuniões aos partidos e aos membros da Concertação Social, patrões e sindicatos, para discutir o seu guião da reforma do Estado, confirmou o vice-primeiro-ministro ao SOL.
O compromisso do Governo em reduzir o IRS já em 2015, principal promessa do guião para a reforma do Estado apresentado enfim por Paulo Portas, terá um preço noutros impostos.
O guião para a reforma do Estado chega tarde, um ano tarde demais, porque a ideia era que viesse sustentar um Orçamento diferente para 2014. A questão agora é outra: vindo tarde, vem a tempo? A resposta é… “depende”.
Passos Coelho tem razão: enquanto não houver decisões do Tribunal Constitucional os juros da dívida não vão baixar. E, sim, a angústia sobre essa decisão pode muito bem prejudicar a saída de Portugal do actual programa. Sobretudo se dermos por certo que a segunda questão-chave do Orçamento só será apreciada lá para Abril: a dos…
Ainda não foi desta. O guião da reforma do Estado só deverá ser aprovado na reunião do Conselho de Ministros, que será amanhã. Portas não o quis ver aprovado sem que Pedro Passos Coelho estivesse na sala (a semana passada estava em Bruxelas, num encontro do PPE).
A conversa do programa cautelar só agora está a começar e já está a correr mal.
O que é, afinal, um cautelar? É melhor ou pior que um segundo resgate? E implica o quê? Eis um descodificador.
Esta semana, o Merril Lynch – prestigiado banco de investidores americano – publicou um estudo sobre as probabilidades de Portugal após o fim do programa de assistência financeira. Resultado: 45% para um novo resgate de três anos; 39% para um cautelar (de um ano, prorrogável); 1% para uma saída livre; e 15% para um corte…
Esqueçam por momentos a conversa desta semana sobre se vamos ter um programa cautelar ou um segundo resgate. Vamos discutir o que os ingleses tratam por worst case scenario (o pior dos cenários possíveis).
O anúncio de Pires de Lima, feito em Londres, de que Portugal quer começar a negociar um programa cautelar no início de 2014 foi visto como uma “precipitação”, quer nas instituições europeias quer no interior do próprio Governo.
António Pires de Lima resolveu dizer esta semana, em Londres, para investidor ouvir, que Portugal quer seguir os passos da Irlanda e negociar um programa cautelar no início do próximo ano. De repente, levantou-se um clamor à volta do assunto. Ministros aflitos, socialistas a pedir explicações, notícias confusas.
São 3700 milhões de euros em 3900: quase toda a austeridade que o Governo pretende aplicar com o próximo Orçamento do Estado vêm para ficar, disse hoje a ministra das Finanças, na Comissão Parlamentar de Orçamento. “As opções políticas subjacentes não se restringem a um ajustamento anual”, disse Maria Luís Albuquerque.
Tirei um bocadinho da manhã para ir ouvir o líder do PS na conferência do Diário Económico/Antena 1. Seguro falou de três vias para o país. A da tragédia é, disse, a que nem quer ouvir – saída do euro e reestruturação da dívida. A do empobrecimento, obviamente a do memorando e do Governo. E,…
O PS afasta-se do Governo na reforma do IRC. Os socialistas consideram ser “mau sinal” que a votação na generalidade do novo código tenha já sido agendada para esta semana – com o tema do Orçamento demasiado quente para consensos.
Há um ano, quando eu e o Hugo Filipe Coelho lançámos os “Resgatados”, fizemos de tudo para deixar o livro em aberto: cada um faria daquelas páginas a interpretação que quisesse. O que ali estava era um retrato, não uma tese. Agora que já passou um ano desde que o livro foi lançado e que…
Só há uma certeza sobre este Orçamento: ele será bem melhor do que o seguinte. Sim, este OE 2014 é tudo o que podíamos esperar: é pior do que nos tinham dito; é uma colecção de remendos; é um passo atrás na estabilização da economia.
Paulo Portas desesperou com a polémica da pensão de sobrevivência e quis falar ao país no sábado. Foi convencido a não o fazer. Lutou por uma descida do IVA da restauração e por um Orçamento menos doloroso. Não ganhou o que queria, mas enterrou o machado. “Um défice de 4% é diferente de um défice…
Não é um plano B, porque o Governo não tem à mão medidas suficientes para contornar o chumbo das medidas mais difíceis do Orçamento. Mas é um plano C, aquele que o núcleo duro do Executivo pôs em marcha para evitar o pior cenário: um chumbo liminar dessas medidas pelo Tribunal Constitucional (TC).