É um tema espinhoso e quase proibido, muito embora seja uma das principais causas de morte nas sociedades modernas, por isso, tem cabido à literatura e à filosofia indagarem-se sobre o suicídio, e não faltam autores que sinalizam um dever ético e até estético no acto de chamar a morte no momento certo.
Chegou às salas de cinema um filme que nos devolve ao tribunal dos cafés e ao sonho, onde as lembranças e a imaginação mais vibram e se articulam. É uma homenagem a O’Neill e uma celebração para ajudar a digerir um tempo rendido ao medo.
O IndieLisboa decorre até 8 de maio, e um dos principais destaques é Um Filme em Forma de Assim, com João Botelho a revisitar novamente a obra de Alexandre O’Neill.
O primeiro-ministro britânico lembra Vladimir Putin que o pacote de sanções que estão na mesa em caso de invasão da Ucrânia irá debilitar de forma inimaginável as empresas russas.
A Cultura continua a perder oxigénio, mesmo quando boa parte dos partidos consideram que o único oxigénio vem de se injetar mais dinheiro no setor, reforçando a dotação orçamental, pensando-o como um regime de atividades desarticuladas e sem qualquer horizonte para o futuro. Assim, as redes envelhecem e vai sempre dando à costa este país…
É um tema que entrou finalmente nos programas eleitorais, destacando-se as propostas de alteração à lei da nacionalidade e as quotas étnico-raciais nas universidades.
Morreu, aos 91 anos, a cantora eleita como a Voz do Milénio, uma mulher negra, que veio da pobreza, “teve uma vida apoteótica, intensa”, marcada por triunfos e perdas terríveis, e que emocionou o mundo.
Lembramos algumas das personalidades da vida pública portuguesa desaparecidas em 2021, e que passam agora a povoar a nossa memória, exigindo que saibamos honrar o seu legado e exemplo.
Na primeira edição em que o prémio cai para metade do valor pecuniário, calhou a um poeta o triunfo, levando 50 mil euros para casa com um romance intitulado As Pessoas Invisíveis.
No centenário da grande figura do neo-realismo português, fica claro que este poeta e romancista foi quem melhor interpretou a urgência de uma arte que se empenhasse em resgatar o homem a essa transformação em mero escravo da produtividade ininterrupta e da destruição que se segue.
Nos vinte anos da morte do escritor alemão, é publicada uma biografia que revela não apenas uma relação problemática com os factos como o seu trauma secreto por o pai ter sido um soldado nazi.
“Intervenções” funciona como autobiografia intelectual de um ser que arrisca assumir posições repugnantes sabendo que esse é o preço a pagar se se quer chegar às outras, igualmente incómodas, e que se revelam clarividentes e transformadoras.
A realidade (ou a sua percepção) tornou-se o grande campo de batalha deste século, com o poder a preferir manobrar num clima de suspeição do que a ser obrigado a caminhar sobre a linha dos factos. Com uma vida dedicada ao jornalismo, Paulo Dentinho, enviado especial e repórter de guerra da RTP, acaba de publicar…
A exposição inaugurada no Palácio da Ajuda dá-nos a conhecer a última rainha portuguesa, a mulher que aos sete anos era rainha, aos 15 foi entronizada e, nas duas décadas até à sua morte, reinou num dos períodos mais conturbados da história nacional, não tendo ambicionado outra coisa que escapar à ‘maldita política’ para gozar…
É Portugal quem, nas suas eternas dores de crescimento, tem dificuldade para se ver como outra coisa que não uma pena de pavão na cauda da Europa. Mas o cinema é há muito um território de aventura e sonhos ousados, e aí, os portugueses têm sabido ganhar dimensão, também lá fora. E no que toca…
Na madrugada de 26 de abril de 1986, uma série de explosões destruíram o reator 4 da central de Chernobyl, num acidente que, nos meses que se seguiram, produziu um efeito de contaminação radioactiva que se estendeu a três quartos da Europa.
Vasco Pulido Valente deixou saudades. A atestá-lo está o facto de terem bastado três semanas para que fosse reimpressa uma nova tiragem do livro Uma Longa Viagem com Vasco Pulido Valente (ed. Contraponto), livro de João Céu e Silva que parte de uma série de entrevistas com o historiador e cronista.
O teólogo suíço, autor de uma obra fundamental que lançou pontes entre as diferentes religiões, foi uma das vozes mais críticas do conservadorismo da Igreja e relembrou o conteúdo revolucionário da mensagem de Cristo.
Até à sua morte, em 2018, foi uma obsessão de Roth deixar a sua biografia nas mãos de alguém que defendesse a sua obra e legado daqueles que pretendem fazer da literatura um concurso de beleza moral. “Philip Roth: The Biography” chegou por fim.