Em “A Crise dos Insectos”, Oliver Milman faz-nos mergulhar numa investigação sobre o “apocalipse ignorado” que tem levado a uma queda vertiginosa destas espécies, mas consegue-o através de uma exemplar narrativa, que supera os elementos da catástrofe. Este livro torna-se tão emocionante porque, além de se debruçar sobre as causas e os efeitos desta emergência…
Em “Levar Caminho I”, um dos mais influentes e polémicos poetas das últimas duas décadas inicia o processo de reunião da sua vastíssima obra, convocando assim os leitores para um balanço e uma revisão não só desta poesia como dos abalos e dos equívocos que gerou.
Nascido em São Paulo, no Brasil, em 1960, escritor e artista plástico, é também encenador, compositor e ensaísta. O seu trabalho tem sido distinguido por toda a parte, e teve por cá editado pela Cotovia o magnífico “Ó”, uma obra inclassificável, de uma graça expressiva e de uma voracidade de instinto que superam o melhor…
Com os críticos à perna, numa sanha perante o provinciano que escapou de uma vida de horizontes enlatados no porto de Sines para vir fazer filmes na capital, Vicente Alves do Ó é uma das presenças mais desassombradas entre os criadores do nosso meio audiovisual. Aos 51 anos, mantém a desfaçatez de um miúdo que…
O vocalista e guitarrista que fundou os Television adorava a poesia dos simbolistas franceses, e, quando se livrou do nome de batismo, foi ao parceiro de Rimbaud que foi buscar o nome de guerra.
Com as suas mais de mil páginas, a reunião das décadas de ferocíssimo exame crítico da poesia contemporânea levada a cabo por Joaquim Manuel Magalhães na imprensa resulta num tijolo (com selo da Bestiário) que poderá partir qualquer vitrina, mas que, se aberto e lido, nos oferece tantos motivos de repulsa como de deslumbramento, constituindo em…
O projecto de traduzir todos os poemas de Celan é de uma ambição desmesurada, um feito a que poucos se atreveram, e por bons motivos. Tratando-se de uma obra empenhada em revirar a língua alemã com um furor vingativo, os poemas estão investidos de um grau de invenção idiomática e de uma radicalidade expressiva que…
Aos 84 anos, morre o autor norte-americano de origem sérvia, um poeta que viu o perigo de a História se tornar uma espécie de moral absolutizante, e de nos vermos encerrados na retórica degenerada que permite que os crimes prossigam e os inocentes sejam chacinados “enquanto um tipo na televisão arranja desculpas”.
Numa altura em que decorre o maior evento desportivo do mundo, o qual se tornou um embaraço espetacular em que não é fácil perceber onde acaba a denúncia e começa a pura hipocrisia, o fenómeno da futebolização do mundo exige uma análise que resiste ao demencial estupor dos ânimos instigados pelo mediatismo e pela tagarelice…
Um romance autobiográfico sobre um grupo de travestis que se prostituem num parque da cidade de Córdoba, na Argentina, tornou-se uma sensação literária em vários países, cravando bem fundo uma machadada na hipocrisia do actual discurso identitário.
Além dos mais de 70 títulos que publicou, foi ainda um prolífico tradutor e poliglota.
Morreu, na passada quinta-feira, aos 71 anos, o escritor francês Christian Bobin. Com um sentido muito claro da exigência de uma vida religiosa, através dos seus ensaios poéticos buscou traçar um caminho de esplendor de volta aos antigos e difíceis exemplos da fé cristã.
Um vigilante e um desmistificador, detendo-se em questões tanto da arte e da literatura, como da história, da sociologia e da política, este enormíssimo ensaísta e poeta alemão morreu na passada sexta-feira, aos 93 anos.
Agora que a Livraria Lello conquistou para o seu espólio de naturezas-mortas as cartas que Robert Zimmerman escreveu à namorada dos tempos de liceu por mais de meio milhão de euros, além de alguns outros casos de artigos de lendas da música que atingiram somas consideráveis em leilão, recordamos alguns aspetos do percurso de Bob Dylan,…
Morreu na madrugada de domingo, aos 89 anos, o lendário cineasta francês que, com a sua mulher, Danièle Huillet, também já desaparecida, formava “um único ser bicéfalo”, tendo criado uma das obras mais belas e exigentes da história do cinema
Como um advogado dos pecadores, loucos e desejosos frente ao tribunal da santa inquisição dos nossos dias, em O Ponto G do Homem um antropólogo italiano monta também uma defesa em causa própria, sinalizando o conteúdo ilícito e oracular do desejo e recusando a letra escarlate que se tem imposto à condição masculina.
Nunca quis posar de musa como não se deixou embalsamar viva a fazer de grande dama da música brasileira. Gal Costa foi a flor de um tesão divino e ilimitado, símbolo de perpétua reinvenção e liberdade à frente da geração do desbunde e contra a ditadura militar brasileira. Morreu, aos 77 anos, sem que uma…
Outra controvérsia no mundo da arte irrompeu nas páginas dos jornais de todo o mundo, depois de um museu alemão ter sido obrigado a investigar se um quadro de Piet Mondrian estaria a ser exibido ao contrário.
Outra controvérsia no mundo da arte irrompeu nas páginas dos jornais de todo o mundo, depois de um museu alemão ter sido obrigado a investigar se um quadro de Piet Mondrian estaria a ser exibido ao contrário.