Fizeram-nos acreditar que o mundo seria uma disneylandia ao serviço dos prazeres do consumo e dos voyeurismos hedonistas. Já não somos filhos dos trinta anos gloriosos, nem os bastardos desta conspiração neocapitalista/globalista que nos querem impor como único modo de vida: o empobrecimento como condição natural.
São as mesmas iniciativas, as mesmas ideias, os mesmos actores e a mesma retórica do verde sustentável, da arte na eira, do assombramento nos antigos mosteiros, das mil e uma noites no rio, da celebração histórica, da noite mágica nos dolmens.
O mundo social parece mais estreito e mais nosso, mas objectivamente ele continua distante, cinzento, silencioso e indiferente ao nosso viver. Os media, as plataformas digitais com as suas redes patrocinam essa ilusão e essa ficção de vida globalizada e comum.
O resultado está aí. As esquerdas foram severamente derrotadas. E agora, Mariana? E agora, Raimundo?
Que relação existe entre produção e valorização da imagem e o respectivo nome do candidato?
A destruição do lugar, dos campos, dos bosques (carvalhos, castanheiros, sobreiros, vidoeiros), dos quintais, dos animais, das hortas, das vinhas, casas e alpendres é sem dúvida um acontecimento de grande violência psíquica porque coloca-nos perante a perda irreparável do tempo vivido.
A destruição das casas-barraco, num amontoado de memórias, de objectos das famílias, de bens privados coloca esta comunidade num lugar de “nada”, de não pertencer a nada, remete para um sentimento de perda de habitar.
Nos governos da nossa República reina o homo oeconomicus, que do alto do seu altar, governa e define programas e políticas ao serviço das grandes corporações financeiras globalizadas.
a polémica em torno da falta de transparência da vida profissional do actual primeiro ministro de Portugal, só vem lançar a ideia que estamos perante uma crise sistémica da vida democrática. O que não é verdade.
O bairro é de certo modo construção coletiva na medida foram, em grande parte, os moradores inquilinos/as que melhoraram e qualificaram o seu habitat, propiciando um forte sentimento de comunidade.
O Manuel Bastos soube dar a cada um de nós o prazer de saborear as castanhas doces, os charutos ou a bola de S. Bernardo em dias de festa ou de celebração, em família, em comunidade ou entre colegas e amigos.
Os partidos democráticos estão a contribuir para a destruição da democracia e dessa forma a criar um ecossistema político favorável ao reforço das forças reacionárias e conservadoras.
A prova de que o mercado não resolve a carência habitacional está nos dados sobre o crescimento exponencial de crédito à aquisição de habitação no valor de cerca de 6 mil milhões de contos que o Estado português injectou no apoio à aquisição de habitação com o chamado juro bonificado entre 1997 e 1998
Estamos perante um capitalismo que nos mima com um registo considerável de destruição social, económica e cultural na cidade.
A incapacidade da classe governativa condena a ação política a uma intervenção dominada pelo ‘presentismo’, pelo efémero e pela moda dos mercados globalizados.
Este governo ao desgovernar por desleixo, arrogância e mediocridade conduz-nos para uma situação de insuportável relativismo político, com a cumplicidade do Presidente da República, transformado num espectador comprometido com a desgovernação deste socialismo “fofinho” de António Costa.
Com os juros a subir o Governo fez bem em apresentar algumas medidas que evitem a falência das famílias portuguesas e a perda da sua casa em favor da hipoteca ao banco.