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Filipa Melo



  • A voz dentro da cabeça

    O estilo, os objectivos e a eficácia de 10% Mais Feliz estão resumidos, no melhor e no pior, logo na capa: “Como domei a voz na minha cabeça, reduzi o stress sem perder o controlo e descobri auto-ajuda que realmente funciona – uma história real”. O subtítulo é informativo e enigmático q.b., auto-irónico, um bocadinho…


  • Cultura dá um ar da sua graça

    SEC tem mais dotação orçamental e abre concursos de apoio às artes. Umberto Eco, Panda Bear ou Tiago Rodrigues vão marcar 2015.

    Cultura dá um ar da sua graça

  • Como disse o outro

    Um no topo, outra na base do prédio. Paulinho está fechado num sótão, fugido da polícia, e alimenta-se de pombos, caçados no algeroz. Também mata ratazanas e destrói pelotões de formigas. Em tempos, Purificação foi a mais bela borboleta da cidade. “Um dia a pele da cara, sem carta registada ou aviso de recepção, estalou…


  • Conversa surda

    Quanto mais humana é uma obra de arte, mais possibilidades tem de ser lida como universal. Mas, o que significa conter-se a humanidade num romance? A resposta surge, límpida, em ‘O Meu Irmão’, romance de estreia de Afonso Reis Cabral, Prémio Leya 2014, seleccionado entre 361 originais, de 14 países.


  • A revolta do umbigo

    No início, Milan Kundera quis ser músico. O sonho ruiu aos 25 anos e dele ficou só uma composição para quatro instrumentos. Contudo, a estrutura dessa peça serviu, inconscientemente, a escrita de todos os futuros romances do escritor: divididos em sete partes,  “formalmente muito heterogéneas, tendo cada uma delas uma orquestração diferente, […] equilibrada por…

    A revolta do umbigo

  • Amor, drogas e Nova Iorque

    O título pode induzir em erro e Michael Cunningham diz, com piada, que devolve o dinheiro a quem se sentir defraudado.

    Amor, drogas e Nova Iorque

  • Estes lógicos estão doidos!

    Logicomix é uma história dentro de uma história, dentro de uma história. É o relato de uma epopeia intelectual e complexa, com a leveza da linguagem dos quadradinhos e a estrutura de uma matrioska. Primeiro (e depois a espaços), narra-se a criação do próprio livro, na Atenas actual, por um escritor-matemático (que assina o guião),…

    Estes lógicos estão doidos!

  • Quem ri por último

    Como todas as ficções de José Saramago, ‘Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas’ nasceu de uma ideia solta. A 15 de Agosto de 2009, o escritor anota no diário a referência de André Malraux, no romance ‘A Esperança’, a uma bomba boicotada por um português na guerra civil de Espanha. Dias depois, corrige-se. Malraux referira, sim, o…


  • Balada do café triste

    Durante 36 anos e até 1915, sentado numa mesa do café Gluck, o seu quartel-general, o alfarrabista Jakob Mendel oferecia a quem o visitasse acesso a um assombroso catálogo de memória. Com a mesma entrega hipnótica com que, em pequeno, lera o Talmude, Mendel, pobre judeu ortodoxo galiciano, conhecia de cor todas as obras alguma…

    Balada do café triste

  • Isto e o seu contrário

    De cima do muro, Humpty Dumpty garante a Alice que, em cada ano, existem 364 dias em que podemos receber presentes de desaniversário. O argumento é razoável: se existe o que existe, então terá de existir também o que não existe, caso contrário o que existe não existiria. Se existe um dia de aniversário, existem…

    Isto e o seu contrário

  • O livro da semana: Do outro mundo

    Margaret Atwood partiu do ponto de vista das mulheres para a expressão da fantasia. Só depois adoptou a ficção científica.

    O livro da semana: Do outro mundo

  • Martin Provost: ‘Ninguém sai ileso da leitura da sua obra’

    Martin Provost resgata a escritora Violette Leduc do esquecimento com um filme biográfico e literário, que cumpre os desígnios de Simone de Beauvoir e Jean Genet.

    Martin Provost: ‘Ninguém sai ileso da leitura da sua obra’

  • Retrato de mulher feia

    “Numa mulher, a fealdade é um pecado mortal”. A frase abre o filme Violette, agora nas salas portuguesas, que o realizador Martin Provost dedicou, em 2013, a um dos malditos da literatura francesa: a primeira mulher a escrever abertamente, por exemplo, sobre o aborto ou o incesto.

    Retrato de mulher feia

  • O Panteão para Sophia

    Ainda antes de saber ler, Sophia de Mello Breyner Andresen conheceu a poesia, através da Nau Catrineta que a criada Laura a ensinou a dizer de cor. “Eu era de facto tão nova, que nem sabia que os poemas eram escritos por pessoas, mas julgava que eram consubstanciais ao universo, que eram a respiração das…

    O Panteão para Sophia

  • Crítica: A Morte Sem Mestre – Herberto Helder

    A poesia nasceu de um espanto, disse Aristóteles. Com base na ilusão, surge um objecto que figura uma interpretação da vida e da reacção do poeta perante os estímulos e a provocação. Medo, defesa e elaboração estão na raiz poética desde os tempos primitivos, negociando com o amor e a morte do corpo.

    Crítica: A Morte Sem Mestre – Herberto Helder

  • Herberto Helder: O magnífico poeta obscuro

    A poesia inédita de Herberto Helder surge de novo em edição limitada. A restrição imposta pelo poeta resulta afinal num marketing infalível.

    Herberto Helder: O magnífico poeta obscuro

  • E se eu matasse Hitler?

    O dia é o 11 de Fevereiro de 1910, e, sob uma tempestade de neve, um lavrador foi atropelado por um boi. Sylvie dá à luz um bebé, asfixiado pelo cordão umbilical. Ou, então… O dia é o mesmo, a tempestade é a mesma, o acidente com o lavrador e o boi acontece na mesma,…


  • Livro: Como sobrevivem os filhos às escolhas desastrosas dos pais?

    Como se tornar invisível na paisagem ao ponto de assaltar um banco com a cara descoberta e ninguém nos vir a reconhecer depois. Como dissolver-se na terra, sem deixar rastos da própria morte. Até quando duram dentro de nós as pessoas que deixamos de ver. Quais os verdadeiros laços entre pais e filhos. Os romances…