Somos extraordinários em unirmo-nos perante crises emergentes, mas pouco mais do que medíocres a gerir a normalidade e em definir políticas de desenvolvimento estratégicas, que reconheçam oportunidades e as transformem em riqueza e bem-estar para todos.
A verdade é que a nossa matriz eurocêntrica, ou “ocidentalcêntrica”, nos impede de ver além da espuma e dos acontecimentos que parecem próximos, talvez também porque desconhecemos verdadeiramente a China.
À multiplicação de candidaturas da área socialista sucederá, prevê-se, o vazio, mesmo que Ana Gomes insista em tentar reeditar o papel de Maria de Belém, para se posicionar, ainda que, no final, arrisque-se ser mais uma sucessora de Henrique Neto.
Aquilo a que assistimos, em direto, foi ao fim do mandato de Mário Centeno como principal apoio do líder António Costa, um apoio de tal forma considerado que chegou a ser encarado como o principal trunfo político do PS nas eleições legislativas de 2019, ofuscando, até o secretário-geral do partido e primeiro-ministro.
Esta nova normalidade, em que usamos máscara e exercemos o distanciamento, tem de ser, também para nós, um tempo de aceitação e de afirmação de cultura cívica.
por Francisco Rocha Gonçalves Vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras Portugal tem surpreendido muitos observadores pela forma como tem conseguido responder ao surto pandémico. Fê-lo com a rápida adoção de medidas de contenção, denotando uma eficiência a que os números dão algum suporte, de modo organizado, com a população a demonstrar sentido cívico no…
É por isto que os políticos, todos nós, não podemos deixar de comemorar o 25 de abril, por ser um símbolo de conquista da liberdade, numa altura em que a democracia está a ser ameaçada no ocidente.
A ordem internacional do pós II Guerra Mundial assentou, do lado ocidental, na afirmação definitiva do modelo da democracia liberal. Nas relações entre estes Estados, o paradigma realista clássico tradicional, cujo pressuposto era o conflito, foi progressivamente substituído pelo neorrealismo, ou estruturalismo, que aceitava a cooperação nas suas relações. Esta mudança paradigmática decorreu da perceção…
Acredito que vivemos, nestes tempos, uma dessas situações em que fazer nada não é manter a posição, mas andar para trás, ser mais pobre, perder.
A administração central não tem a mesma capacidade nem as ferramentas que não estão calibradas para uma ação tão próxima das populações, pelo que o poder local tem de ser, obrigatoriamente, um elemento de ligação e um agente operacional.
A pandemia da COVID-19 está a tornar evidentes, mais uma vez, as limitações da forma como esta união europeia tem sido construída. A insistência em respostas erráticas e fora de tempo, e a visível dificuldade em conseguir um caminho comum minimamente consequente, resulta no aprofundar do distanciamento da união face aos cidadãos e na desconfiança…
Apesar do êxito do projeto europeu, será que as pessoas reconhecem este êxito à UE? Sim, os europeus reconhecem o êxito da UE na construção da paz e na prosperidade, mas sentem há muito que a UE não tem de contacto real com os seus anseios e necessidades