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Inês Pedrosa


  • O maravilhoso mercado livre

    Não devemos abrir a porta a estranhos. Se nos deixarmos comover por um par de estudantes a tentarem ganhar a vida no novo e fantástico mercado livre da luz elétrica, podemos acabar sem luz em casa durante um período longo. 

    O maravilhoso mercado livre

  • Só para chatear

    O frenesim provocado pela singela ideia, apresentada pelo Bloco de Esquerda, de alterar a palavra ‘cidadão’ para ‘cidadania’, é um interessantíssimo sintoma da “psicanálise mítica” do português, que Eduardo Lourenço tão argutamente analisou em O Labirinto da Saudade.

    Só para chatear

  • Filhos de ninguém

    Passámos das teorias do determinismo hereditário lançadas por Lombroso no fim do século XIX, que originaram as mais tenebrosas discriminações, para o seu reverso, igualmente mecanicista e indiferente à singularidade das pessoas concretas.

    Filhos de ninguém

  • Este Brasil que eu amo

    No Brasil sinto-me em casa. Essa sensação de intimidade aconteceu desde a primeira vez que aterrei no país (no Rio de Janeiro, em 1999). Foi uma atração de cheiro, de pele, de vida.

    Este Brasil que eu amo

  • O livro-bomba

    A única ideia animadora a extrair do recente julgamento político em Angola é a de que um livro pode inquietar, transformar mentalidades e ser um instrumento de mudança.

    O livro-bomba

  • E se fosse eu?

    A campanha de sensibilização da Plataforma de Apoio aos Refugiados é extraordinariamente eficaz, porque aposta no fundamental princípio da empatia. 

    E se fosse eu?

  • As casas abandonadas

    Ao fim de uns dias na província, jornais, telejornais e redes sociais tornam-se matéria de ficção científica, filmes de vidas passadas noutro planeta – o planeta do ego maravilhado consigo próprio e com a sua imbatível modernidade.

    As casas abandonadas

  • Perigo: derrocada legal!

    Entre as frases da língua portuguesa que resistem ao tempo e caminham entre nós com uma graça queirosiana sempre renovada, encontra-se esta: «Isso é a lei!». Significa que a lei é uma dama severa e púdica, mas que pode ser amaciada, tornando-se acessível e complacente. 

    Perigo: derrocada legal!

  • A pátria da literatura

    Nos subterrâneos da complicadíssima política, germina uma polémica tempestuosa em torno da literatura de expressão portuguesa.

    A pátria da literatura

  • Mulheres sem César

    Um dia as mulheres serão consideradas como seres autónomos, livres e soberanos. 

    Mulheres sem César

  • Pertença

    Sou de uma terra de extremos: muito frio, muito calor e uma beleza capaz de regenerar o mais celerado, nem que seja por uma hora.

    Pertença

  • Os filhos não são objetos de arremesso

    Os valores éticos andam numa salgalhada. Não é que dantes fossem melhores, pelo contrário: dantes, havia só dois ou três valores, e agora há dezenas deles.

    Os filhos não são objetos de arremesso

  • O festival desliterário

    O jorro da inspiração pode brotar do repuxo humilde de uma linha de jornal. Já assim sucedeu a Tolstoi, que viu nascer Anna Karenina na notícia do ferroviário suicídio de outra qualquer desgraçada.

    O festival desliterário

  • Da minha dignidade decido eu

    O paternalismo está a roer todos os valores; é um vírus que ataca regularmente a melhor ideia que a humanidade teve, aquela que dá pelo nome de Declaração Universal dos Direitos do Homem.

    Da minha dignidade decido eu

  • A banalidade do mal

    No Irão enforcam-se pessoas em espetáculo público por serem homossexuais. Apedrejam-se mulheres até à morte por suposto adultério; as mulheres violadas são, no mínimo, chicoteadas por se terem deixado violar.

    A banalidade do mal

  • Campeões em tudo

    Encontro cada vez mais especialistas na bajulação. Pessoas de extraordinário faro, que se colam como luvas às mãos dos vencedores.

    Campeões em tudo

  • A favor da felicidade

    Pouca gente tem coragem para ser feliz; há sempre muito mais interessados em morrer por uma qualquer causa do que em viver por ela.

    A favor da felicidade

  • Os que não morrem

    Não podemos escolher de quem nascemos, e há seres ditos humanos que levam a vida inteirinha a vingar-se dos progenitores, sem serem sequer capazes de raciocinar que a maior vingança é a felicidade.

    Os que não morrem

  • A campanha-regabofe

    Só é livre quem tem condições materiais e psicológicas para escolher.

    A campanha-regabofe