O ministro das Finanças mostrou-se disponível para negociar o Orçamento do Estado para 2011. Na entrega da proposta do Parlamento, Teixeira dos Santos disse que o orçamento do próximo ano é «o mais importante dos últimos 25 anos», mostrando-se esperançado num acordo parlamentar que o viabilize.
A proposta preliminar do Orçamento do Estado para 2011 prevê que, no âmbito do combate à evasão e fraude fiscal, preliminar para 2011, a Direcção Geral dos Impostos verifique a «compatibilidade» e «coerência» dos rendimentos obtidos pelos contribuintes em aplicações financeiras no ano passado com os rendimentos declarados num «passado recente».
Se a proposta de OE for aprovada, a taxa normal do IVA sobe para 23% e alguns produtos que eram até aqui taxados a 6 e a 12% passam para o escalão máximo.
A reforma da administração pública é vista, cada vez mais, como uma forma de reduzir a despesa do Estado. Luís Marques Mendes, antigo líder do PSD e actual administrador-executivo da Nutroton Energias, propõe a extinção de 46 serviços públicos como alternativa ao aumento de impostos
O Governo está a deixar uma folga orçamental nas contas de 2010, sinal de que a execução até ao final do ano pode correr pior do que o previsto.
As medidas anunciadas pelo Governo de José Sócrates são apenas o início da redução de despesa que será necessário levar a cabo até 2012. Para que se atinja um défice de 3% do produto interno bruto (PIB) nesse ano, vai ser preciso fazer um esforço adicional de 2,6 mil milhões de euros.
A situação orçamental portuguesa continua a afectar a captação de financiamento externo da banca, com as instituições financeiras sem conseguirem arranjar quem lhes empreste dinheiro. Os investidores parecem separar cada vez mais o caminho de Portugal do da Espanha
Redução do défice vai implicar o maior aumento da carga fiscal das últimas quatro décadas. Nem a introdução do IVA, aprovada por Mário Soares e Mota Pinto e posta em prática por Cavaco Silva, nos anos 80, gerou tantas receitas adicionais