A encenação burlesca usada na apresentação das últimas medidas de caráter social, para travestir um corte brutal de pensões de 1000 milhões de euros é um exercício criticável e especialmente reprovável
Nas circunstâncias atuais não será muito correto, exigir uma intervenção com maior fôlego financeiro, embora o volume de fundos alocados seja pouco mais de um terço do excesso das receitas fiscais
Dir-se-á que a praga dos incêndios não é um exclusivo nacional e que, em virtude de circunstâncias várias, dificilmente controláveis, se verifica na generalidade dos países com características climáticas semelhantes a Portugal.
O despacho do primeiro-ministro, contra a Endesa, como castigo por declarações do seu presidente em Portugal, constitui um ato político deplorável que merece uma ampla censura
O segredo para a boa resolução dessa equação só pode ser o exercício pleno da SOLIDARIEDADE o que não pode ser difícil, pois o valor da solidariedade é um valor matriz da construção europeu e a razão de ser do próprio projeto.
Existe, agora, na opinião pública uma estranha sensação de que se está a brincar com as políticas públicas, seja na área da saúde, da justiça, da educação ou dos transportes e, como é evidente, comportamentos destes não ajudam a erradicar a desconfiança.
A fraca qualidade da intervenção da senhora ministra da Saúde na Assembleia da República, foi a confissão evidente de que o Governo se encontra paralisado e que neste, como aliás noutros setores, já não tem soluções para resolver ou amenizar os enormes problemas que criou.
O ex-Presidente não podia ser mais claro e só não o entendeu quem não o quis entender. Como quase sempre sucede em cenários de crise moral, alguns não quiseram mesmo entender e refugiam-se, de novo, na criação de um inimigo externo.
A OCDE, entidade que tradicionalmente é simpática para Portugal, anunciou há poucos dias, que a carga fiscal sobre os rendimentos dos trabalhadores atingiu um novo máximo de 41,8 % sendo a décima mais elevada dos países da Organização, onde a média é de 34,6%.
O Professor Marcelo, com as referências negativas à constituição e à orgânica do governo, com a assertiva denúncia da inexistência de objetivos claros (o desenvolvimento, a descentralização e o reformismo) e com a preocupação (quase pânico) manifestada com um eventual desperdício dos fundos europeus, fez, em poucas horas, aquilo que a oposição (oposições?) não conseguiu…
Com um Orçamento do Leão, do Medina ou sem progenitor legítimo atribuído, uma certeza fica: os próximos anos serão anos de convívio com a Inflação e a Austeridade.
Ninguém de bom senso, independentemente da sua fidelidade ideológica, consegue perceber como é que a economia portuguesa, apesar de usufruir de recursos financeiros avultados, com origem na União Europeia, esteja há cerca de vinte anos, a crescer muito pouco, deteriorando a sua posição relativa na hierarquia dos países europeus.
Durante estes seis anos, o Governo afirmou que a economia portuguesa cresceu acima da média europeia o que, sendo estatisticamente verdadeiro, de nada valeu pois a média europeia é influenciada pela desaceleração verificada no crescimento das economias mais robustas.
Enfim, um e outro sempre que falam, fixam-se em questões sobretudo laterais evitando afirmar que a invasão da Ucrânia é um crime contra a humanidade, que não pode ser explicado por nenhuns antecedentes, e ainda não condenaram, de forma inequívoca, as afirmações do BE e do PCP a propósito deste criminoso conflito.
A atividade frenética de Macron, o Presidente, neste semestre, do Conselho da UE, ainda não preencheu o vazio político deixado pela chanceler Merkel.
Entendeu o Chefe de Estado que, nas condições que então se verificavam, a rejeição do Orçamento , equivalia á verificação de um não «normal funcionamento das instituições democráticas» o que justificava, em seu entender, a interrupção da legislatura.
A maioria ‘estabelece’ as condições mínimas para a mudança de paradigma, que é indespensável para alinhar o desenvolvimento económico do país com os parceiros europeus.
Pergunta de um milhão de dólares (não apenas aos candidatos, mas também aos moderadores e comentadores): a prioridade para a escolha eleitoral não devia ser a discussão sobre as políticas que podem alterar esta dramática situação? Porque não o foi então?
Em suma, como é habitual quando não há soluções melhores, invocou-se o ‘abstracto interesse nacional’ com a certeza de que pouca gente, incluindo o líder da oposição, colocaria em causa tal sacrossanto princípio.