A ideia de que ‘a Liberdade deve ser livre’ não é uma tautologia nem um lugar comum, pois é fácil perceber que podemos ter a ‘boca cheia’ do conceito (cumprir Abril, dizem pateticamente alguns), como podemos ter normas constitucionais e legais que a consagrem, mas nunca teremos verdadeira liberdade, se não usufruirmos de políticas sociais…
A situação é hoje insustentável, porque baseada em mentiras e omissões, e não há manobra de propaganda, por mais eficiente que seja, que oculte a realidade.
O país tocou no fundo, a divergência com a UE aprofunda-se, o futuro é cada vez mais incerto e a desconfiança dos eleitores nos eleitos atingiu o pico mais elevado
A política governamental devia apoiar os cidadãos mais vulneráveis através de subsídios, bonificações, adaptação de contratos de empréstimos e política de rendimentos
A insólita atitude da política Luísa Salgueiro também é um exemplo da degradação crescente do nosso sistema democrático
Viveram-se sete anos de ilusão, que até permitiram a conquista eleitoral de uma maioria absoluta, mas essa ilusão nunca foi a consequência de políticas internas verdadeiramente reformistas e progressistas, mas antes o resultado da gestão monetária do BCE e do apoio, mal aproveitado, dos apoios financeiros da União Europeia.
A estabilidade política é um valor essencial para o progresso e harmonia das sociedades, mas há momentos em que se torna imperativo dizer ‘Basta’!
Se na primeira entrevista de António Costa, a boa nova era apresentada com arrogância e mesmo como ameaça, na segunda o compromisso foi suave e cheio de promessas…
Esgotado o período patético do karma salvador ‘a culpa é do Passos’ e estando em vias de esgotamento a eficácia da utilização do medo do Chega e do fascismo (?) que lhe querem associar, seria o tempo de prestar contas
Agora, em 2023, ano de desafios incomensuráveis seria necessária uma governação estável, proativa, ajustada aos novos desafios mundiais e orientada para que o país pudesse sair dos últimos lugares no ranking de desenvolvimento das nações europeias.
Os movimentos que atualmente parecem encostar as democracias europeias ao lado direito do espetro doutrinário não representam, na maioria dos casos, mais do que essa simples dinâmica de um movimento natural a caminho do um novo equilíbrio e de um renovado contrato social.
A encenação burlesca usada na apresentação das últimas medidas de caráter social, para travestir um corte brutal de pensões de 1000 milhões de euros é um exercício criticável e especialmente reprovável
Nas circunstâncias atuais não será muito correto, exigir uma intervenção com maior fôlego financeiro, embora o volume de fundos alocados seja pouco mais de um terço do excesso das receitas fiscais
Dir-se-á que a praga dos incêndios não é um exclusivo nacional e que, em virtude de circunstâncias várias, dificilmente controláveis, se verifica na generalidade dos países com características climáticas semelhantes a Portugal.
O despacho do primeiro-ministro, contra a Endesa, como castigo por declarações do seu presidente em Portugal, constitui um ato político deplorável que merece uma ampla censura
O segredo para a boa resolução dessa equação só pode ser o exercício pleno da SOLIDARIEDADE o que não pode ser difícil, pois o valor da solidariedade é um valor matriz da construção europeu e a razão de ser do próprio projeto.
Existe, agora, na opinião pública uma estranha sensação de que se está a brincar com as políticas públicas, seja na área da saúde, da justiça, da educação ou dos transportes e, como é evidente, comportamentos destes não ajudam a erradicar a desconfiança.
A fraca qualidade da intervenção da senhora ministra da Saúde na Assembleia da República, foi a confissão evidente de que o Governo se encontra paralisado e que neste, como aliás noutros setores, já não tem soluções para resolver ou amenizar os enormes problemas que criou.
O ex-Presidente não podia ser mais claro e só não o entendeu quem não o quis entender. Como quase sempre sucede em cenários de crise moral, alguns não quiseram mesmo entender e refugiam-se, de novo, na criação de um inimigo externo.