O Chega apesar dos seus 50 deputados pode ser ignorado nas grandes discussões da governação.
A atual situação de instabilidade foi criada pelo primeiro-ministro, que decidiu demitir-se com base num inócuo parágrafo de um comunicado da PGR.
A resposta que a UE for capaz de dar ao problema da guerra na Ucrânia ‘marcará o futuro da Europa’…
Uma saída limpa do Governo mantendo, por entreposta pessoa, o controlo da situação foi o que António Costa imaginou e desejava
Costa não para e já congeminou o plano que lhe permitirá, de forma direta ou por interposto discípulo, retomar o controlo da situação.
Em vez de tratar do país, o PS e o Governo preocuparam-se, doentiamente, com Passos Coelho e Cavaco Silva.
Há serviços administrativos a que só se acede, com oportunidade, obtendo senhas de acesso em autênticos mercados negros
Sob o PS de Costa não se conhece um único desígnio nacional ou uma linha de rumo coerente e justa…
Seria bom que o primeiro-ministro compreendesse que a sua insistência no pacote Mais Habitação, vetado pelo PR, é uma asneira.
Segundo dados divulgados pelo prol Rui Albuquerque, viviam em Portugal, em 2021, 2312 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, com rendimento disponível médio inferior a 560 euros, dos quais 775 mil com rendimento inferior a 370 euros.
A pobreza afeta hoje uma parte considerável da população portuguesa (pelo menos dois milhões) e a classe média luta desesperadamente para fugir a esse destino.
Na Espanha de 2023, como em Portugal em 2015, o correto e saudável era que os vencedores governassem e as oposições se dedicassem ao escrutínio leal e permanente das políticas aplicadas pois isso é tão útil como o exercício do poder em beneficio dos cidadãos.
Estar a atacar a política monetária do BCE que é dirigida a toda a Zona Euro, onde existe uma moeda de uso comum, para lá de revelar ignorância, é um profundo disparate.
O Governo refugia-se no sucesso passageiro de algumas variáveis económicas como o crescimento do PIB, a redução da dívida, a diminuição do desemprego (em via de inversão) e a expansão das exportações baseada, ironicamente, na adaptação das empresas ao ajustamento orçamental imposta pela troika.
Em vez da comédia dos cartazes, o ‘spin’ do Governo deve orientar-se para o robustecimento e valorização das políticas públicas no respeito e ao encontro das necessidades dos portugueses.
Em vez do socialismo liberal, inscrito na Constituição e que Mário Soares sempre protagonizou, criou-se uma espécie de ‘socialismo de miséria’ que afeta muitos cidadãos e, em especial, a tal classe média.
A ideia de que ‘a Liberdade deve ser livre’ não é uma tautologia nem um lugar comum, pois é fácil perceber que podemos ter a ‘boca cheia’ do conceito (cumprir Abril, dizem pateticamente alguns), como podemos ter normas constitucionais e legais que a consagrem, mas nunca teremos verdadeira liberdade, se não usufruirmos de políticas sociais…
A situação é hoje insustentável, porque baseada em mentiras e omissões, e não há manobra de propaganda, por mais eficiente que seja, que oculte a realidade.
O país tocou no fundo, a divergência com a UE aprofunda-se, o futuro é cada vez mais incerto e a desconfiança dos eleitores nos eleitos atingiu o pico mais elevado