Quando a União Europeia conseguiu, com dificuldade e tempo, construir uma solução financeira para acorrer à degradação económica dos estados membros provocada pela pandemia, foi consensual a ideia de que o projeto europeu tinha, de novo, retomado o seu caminho.
Talvez antecipando essa nova postura (ou mudança de circunstâncias?), o Presidente da República criou (perante o silêncio do Governo) uma task force especial para acompanhar (controlar?), a partir de Belém, a aplicação dos recursos europeus que financiarão o Plano de Recuperação e Resiliência.
A pandemia tomou decididamente conta da nossa vida, subalternizando tudo resto e impedindo um debate sério, estruturado e profundo sobre o que verdadeiramente vai determinar o futuro do nosso país.
As expectativas da Presidência portuguesa, que, como foi reconhecido, já não eram famosas, ficaram ainda mais enfraquecidas com o estranho caso da nomeação do representante português na Procuradoria-Geral Europeia, que, após os danos colaterais que provocou, sobretudo junto do PE, parece ter ganho agora uma nova dimensão com um recurso para o Tribunal Europeu, que,…
A crise com que o primeiro- -ministro há alguns meses nos ameaçou, com acompanhamento de fundo do Presidente da República em exercício, e que teria sido ultrapassada com a aprovação do primeiro Orçamento de Estado para 2021, está, afinal, aí à frente da nossa vista e do nosso conhecimento.
Portugal sucede à Alemanha; ora se é verdade que todos são iguais (embora também na União alguns sejam mais ‘iguais’ do que outros), este facto acaba por facilitar extraordinariamente a nossa tarefa.
Poucas vezes o nascimento de um novo ano será acompanhado de tantas incertezas e de tantas angústias mas também de tantas esperanças.
Não podemos continuar com ilusões, mentiras e fugas às responsabilidades porque isso só serve para sedimentar e alimentar projetos de exclusivo poder pessoal.
Pouco importa que o custo da aprovação deste primeiro orçamento para 2021, viabilizada pela ‘generosidade’ dos 10 deputados do PCP e de mais uma meia dúzia de voluntários, tenha custado uma ‘pipa de massa’ (fala-se em mais de 1000 milhões de euros) e, sobretudo, tenha contribuído para que a política orçamental, que já era uma…
É óbvio que a crise pandémica contribuiu para esta verdadeira ‘tempestade perfeita’, mas será um erro grave insistir na ideia de que, sem a pandemia, tudo seria substancialmente diferente e estaríamos a caminho do melhor dos mundos. Não estaríamos.
E se é certo que a crise pandémica criou condições para o agravamento da situação, a verdade é que tudo isto tem origem numa opção político-partidária de governação (a ‘geringonça’) assumida como veículo para a conquista e consolidação de um poder meramente pessoal, sem curar, sem reconhecer e sem respeitar os diversos interesses da comunidade.
Durante demasiado tempo, o Governo, com a cumplicidade do sr. Presidente da República e a passividade do principal partido da oposição, ficou refém das exigências e dos caprichos irresponsáveis de um partido minoritário, (o BE), cujo mérito principal é só a forma como penetra, se mantém e é tolerado pela generalidade dos órgãos da comunicação…
Há um razoável consenso entre a elite portuguesa e a generalidade da população mais informada e consciente, acerca da gravidade da situação sanitária, económica e social do país. Também se reconhece que, como consequência das decisões históricas e inovadoras da União Europeia, Portugal viu abrir-se uma excelente janela para a recuperação da economia que, no…
Em 2020, iremos perder, segundo as melhores previsões (excluindo as oficiais do Governo porque essas são mera propaganda) cerca de 10% da riqueza que nos últimos anos nos habituámos a produzir e por causa disso o desemprego verdadeiro, e não o meramente estatístico, atingirá patamares elevados e perigosos para a estabilidade social porque atingirá mais…
Portugal, por culpas próprias e maleitas alheias, está hoje colocado perante um desafio de dimensão semelhante. É certo que não há, felizmente, tanto quanto a vista alcança, um risco de perda de liberdade, mas há indubitavelmente um perigo de perder boa parte do conquistado, remetendo a nossa economia e, consequentemente a nossa sociedade, para níveis…
Temos uma história que resistirá a uma tempestade e vamos ter acesso a fundos que, se forem aproveitados com eficácia e justiça, permitirão a rápida recuperação económica
A Festa do Avante! vai realizar-se. Compreende-se a posição do PCP, mas não é compreensível a posição do Governo e do PR que se refugiam em normas legais e diretivas da DGS, para autorizarem o evento
Se os responsáveis políticos não mudarem de rumo e de opções, Portugal corre o risco de se tornar no mais pobre dos membros da União Europeia. Isso será imperdoável.
Esta foi mais uma semana decisiva para o futuro da União Europeia, mas ainda não é (não foi), seguramente, a semana da verdade do projeto europeu.