Seja como for, da língua preta do rei tibetano e do cumprimento com a língua de fora ao “chupa-me a língua” do Dalai Lama vai a distância da normalidade para a demência.
Nada, aliás, neste grotesco dossiê da TAP é normal. Parece que entrámos num voo de demasiado longo curso em turbulência constante e com poços de ar sem fundo. Além do regabofe de milhões distribuídos pela rapaziada.
Afinal, não se tratou de um ato de terrorismo ou de um atentado fundamentalista religioso que justificasse todo o circo mediático e político imediatamente montado.
António Costa não podia esforçar-se mais por reconciliar os portugueses com as maiorias absolutas… de Cavaco
Mas desengane-se quem pense que é com casos como este, de insurreição ou amotinamento, que se mina o caminho do almirante para Belém.
Fernando Medina e João Galamba: é impressionante a leviandade com que o Governo trata o dossiê TAP
Entretanto, tirando o Chega e consumando-se a troca de Catarina Martins por Mariana Mortágua, já todos os partidos da oposição mudaram de líder.
A ministra não é só uma picareta falante, a avaliar pela amostra das entrevistas que entretanto começou a dar ao ritmo quase semelhante ao do primeiro-ministro; é, mesmo, um verdadeiro martelo pneumático.
Catarina Martins, ela própria vítima de um desgaste físico, psicológico e de imagem bem patentes em cada aparição pública, demorou apenas mais tempo a percebê-lo do que Francisco Rodrigues dos Santos, Rui Rio e Jerónimo de Sousa.
A verdade é que Rita Rato pouco esperou para contratar para os quadros do Museu camaradas de partido – iniciou funções a 1 de agosto desse ano e nesse mesmo verão ficou a saber-se que a nova curadora chamou para a sua equipa outra jovem comunista, Joana Alves, que fora candidata pela CDU à Câmara…
Como bem sabemos, não há espetáculo de Tony Carreira que não esgote ou conversa motivacional de Cristina Ferreira que não seja um fenómeno.
Põe-se tudo no mesmo saco ou atira-se mais lama para a ventoinha para salpicar o maior número de pessoas e instituições possível para que no lodaçal instalado se torne quase obrigatório retirar a conclusão de que, à falta de soluções, de uma estratégia e de um projeto de futuro para o país, a única alternativa…
Portugal está, de facto, cada vez mais na cauda da Europa, mais longe dos países desenvolvidos e instruídos e mais próximo do corno de África e do coração da América Latina.
Relativizar os casos a que assistimos a todos os níveis só contribui para o irregular funcionamento das instituições – que é o que está em causa
O PS apanhou-se com maioria absoluta e aí está o regabofe do compadrio sem pingo de vergonha.
Não sei se este será o início do fim das ambições políticas de Pedro Nuno Santos – é demasiado novo para tamanho fatalismo –, mas não tinha alternativa à apresentação da demissão.
A escola serve para instruir, a família para educar. O resto é música e Educação para a Cidadania.
A verdade é que o seu Governo, até pelo que não faz para resolver os problemas que os portugueses enfrentam no dia a dia – seja na Saúde, na Educação, na Justiça, em todas as funções que o Estado cada vez mais mal presta –, não parece preocupar-se com outra coisa que não a ‘bolha…
Montenegro e Moedas, cada um à sua maneira, fazem lembrar o ex-líder socialista António José Seguro. A quem António Costa passou a rasteira que se sabe.