Os jornalistas da TVE estão a pedir a demissão da direção de informação do canal do Estado espanhol por continuar sem dar cobertura ao escândalo das gravações que mostram o ministro do Interior, Fernández Díaz, a tentar implicar líderes independentistas num caso de corrupção.
O caso foi noticiado pelo jornal espanhol Público e tem dado brado em Espanha. Mas continua sem aparecer nos noticiários da TVE, apesar de a estação pública ter emitido gravações idênticas quando os implicados eram membros do PSOE e da CUP.
Em sinal de protesto, os jornalistas envergaram cartazes com frases como «onde estão as gravações?» parando em plena redação, depois do noticiário do meio-dia da TVE ir para o ar, mais uma vez ignorando a polémica.
O jornal espanhol Público fala mesmo numa “rebelião” da redação da TVE contra a direção de informação, que acusam de estar a censurar o conteúdo das gravações divulgadas em primeira mão por aquele diário e nas quais se ouve o ministro do Interior, Jorge Fernández Rodriguez a conspirar com o chefe do Gabinete Anti-Fraude da Catalunha para fabricar escândalos envolvendo os líderes do movimento independentista.
Os jornalistas desmentem as explicações da direção de informação à agência EFE, segundo as quais a cadeia pública tem por regra “nunca” divulgar este tipo de gravações quando não é possível confirmar a sua proveniência ou sempre que tenham sido obtidas por técnicas não autorizadas.
Os trabalhadores dizem serem falsas estas normas, lembrando que no passado a TVE difundiu gravações semelhantes nas quais os implicados eram membros do PSOE e da CUP.
A TVE é a única cadeia espanhola que não emitiu as gravações nos noticiários dos seus canais.