“para os editores que estão presentes é sempre um esforço. mas não é esse o entendimento [da câmara]. o entendimento é que se trata de uma actividade comercial pura e simples e portanto não justifica, não coincide com os interesses da câmara neste momento [e] não é essa a nossa opinião”, disse à lusa joão alvim, presidente da apel que considera “errado” o “ponto de vista” da autarquia do porto.
a associação suspendeu a edição de 2013 da feira do livro no porto por “falta de condições financeiras”, informou hoje a autarquia em comunicado.
joão alvim explicou que “a suspensão deveu-se, em primeiro lugar, a não haver nenhum entendimento com a câmara do porto para a feira deste ano”.
“tendo chegado a um prazo limite para a possibilidade da execução, tivemos que dizer aos nossos associados que não era possível realizar a feira”, disse.
acrescentou que, apesar de a associação ter “alertado a câmara do porto na feira do ano passado” que para a sua continuidade “era necessário que eles continuassem a apoiar”, a autarquia entendeu “que a feira tem objectivos comerciais e fins lucrativos e portanto que não está disposta a continuar a dar o apoio”.
a apel defende, porém, que a feira tem um objectivo “de promover o livro e os autores” e que tais eventos “não são um meio de fazer grandes negócios de grande rentabilidade”.
“as feiras têm horários extensos, obrigam a deslocação de pessoas, estadias. é todo um trabalho pesado que não é propriamente um fim lucrativo directo. fundamentalmente pretende-se é uma animação grande à volta dos livros e dos autores”, salientou o presidente.
sobre o protocolo assinado com a câmara do porto em 2009 para investimento nos equipamentos, joão alvim frisou que “os stands são peças que necessitam de melhorias e manutenção contínua e têm uma vida relativamente curta”.
o responsável destacou também a “dinâmica muito grande” que existe com a câmara de lisboa que “decidiu que ia continuar a apoiar” a realização da feira do livro naquela cidade, ao contrário da relação “mais difícil” com a câmara do porto.
“são posturas de entendimento diferentes. quem entende que isto é meramente comercial e com fins lucrativos de facto, então se vamos olhar por esse prisma, a continuidade desta feira e de muitas outras não tem qualquer justificação”,sublinhou.
apesar de este ano já ser “muito tarde” para encontrar uma solução alternativa para a realização da feira do livro no porto, joão alvim não tem dúvidas que aquele evento voltará a realizar-se na cidade “para o ano”.
“eu acho que a população do norte fica toda a perder”, lamentou.
lusa/sol