Azar dos azares

O azar, também no futebol, significa normalmente derrota. E o pior é quando as equipas do azar, em vez tentarem afastá-lo penitenciando-se por ele e preparando-se para melhor sorte, se pavoneiam garantindo que se sentem muito bem, e cheias de razão moral (isto é escrito a seguir ao jogo com a Alemanha).

por algum motivo napoleão, para conquistar a europa, rejeitava ter generais com azar na vida.

a rainha de inglaterra também teve o azar da nora diana, que mesmo morrendo ao lado de um amante e a gastar à tripa forra (fora dos cânones da família real), sucumbida a todo o exibicionismo que a boa figura lhe permitia, teve em blair o precipitado e póstumo amparo que correu à procura da sorte, promovendo-a a princesa do povo e a modelo da sociedade. e foi-o. momentaneamente, com os ares do tempo.

isabel ii lá mordeu os dentes, enfrentou esse azar e decidiu procurar melhor sorte – torneando blair, diana, os ares do tempo – sempre agarrada aos seus valores de poses parcas e de estado. uma rainha avessa ao popularucho, sendo assim mais popular. as celebrações das bodas de diamante do seu reinado mostraram que ela é que teve a razão e a sorte do seu lado. blair foi-se com os azares da vida e os ares dos tempos passados.

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