Beja: Advogada não quer defender alegado homicida

A advogada oficiosa nomeada para defender o homem suspeito de ter assassinado a mulher, a filha e a neta, em Beja, vai pedir a dispensa de exercer a defesa do alegado homicida, revelou hoje a própria à Agência Lusa.

«estou a fazer o pedido de escusa do dever de patrocínio», ou seja, «estou a pedir para ser dispensada de exercer a defesa» do alegado triplo homicida, disse a advogada gabriela prazeres.

questionada pela lusa sobre os motivos do pedido, gabriela prazeres limitou-se a dizer que «são razões sigilosas e que estão ao abrigo do segredo profissional e, portanto, não as posso dar a conhecer».

«se e quando o pedido de escusa for aceite», o tribunal de beja terá que requerer a nomeação de um novo advogado oficioso à ordem dos advogados, que o irá designar através do seu sistema informático sinoa, explicou.

após ter sido nomeada advogada oficiosa do alegado triplo homicida, o único ato que gabriela prazeres efectuou foi assistir ao primeiro interrogatório judicial ao suspeito, que decorreu na quarta-feira à tarde no tribunal de beja.

o homem, de 59 anos, foi ouvido por uma magistrada do ministério público e por um juiz de instrução criminal e está indiciado por três crimes de homicídio qualificado.

após o interrogatório, o tribunal de beja decretou a prisão preventiva do homem, a medida de coação mais gravosa.

o homem, um antigo bancário, que já tinha cumprido pena de prisão por um desfalque no banco onde trabalhava, foi transportado para o estabelecimento prisional de beja, onde aguarda o julgamento.

o suspeito incorre numa pena entre 12 e 25 anos de prisão por cada um dos três crimes de homicídio, mas em cúmulo jurídico só pode ser condenado a uma pena única até 25 anos de prisão.

lusa/sol