Candidaturas. 1408 listas disputam a conquista de 308 concelhos

No último dia oficial de campanha para as autárquicas, o i fez uma análise aos candidatos e listas para os municípios

Em véspera de eleições todos os candidatos esperam pelos números: votos, vereadores e percentagens. Aos 308 concelhos de Portugal estão a candidatar-se 1408 listas e há muito por onde analisar.

A velha questão de que a política é para homens continua muito presente na lista de candidatos às Câmara Municipais. A maioria dos cabeças de lista, 1150, são homens, um valor que contrasta com as 258 mulheres. Lisboa é o distrito com uma presença feminina mais forte com 31 candidatas, seguido de Santarém com 21 e, em terceiro lugar, Coimbra e Faro com 18, cada.

Existem quase tantos recandidatos como mulheres. 255 das listas apresentadas procuram mais um mandato à frente do município. Neste grupo estão, por exemplo, Fernando Medina, em Lisboa, e Rui Moreira no Porto.

No que aos apoios diz respeito, os partidos estão em força. 857 das candidaturas têm apoio de apenas uma força partidária e 458 são suportadas por coligações. Os grupos de cidadãos eleitores, também conhecidos por independentes, representam apenas 93 das candidaturas. Isto em percentagem resulta em 9% de candidaturas independentes, 33% em coligação e 61% apoiadas por um único partido.

O distrito do Porto tem os maiores números de coligações e independentes mas é em Lisboa que o rácio de coligações por município atinge o valor mais alto. Lisboa é também o distrito em que mais partidos optaram por concorrer sozinhos, com 74 candidaturas apoiadas por apenas uma força partidária.

Na ponta oposta, em Portugal continental, Vila Real é o único distrito sem independente a concorrer, Viana do Castelo tem menos coligações, registando apenas 12, e Bragança, com 22 partidos, está também no final da lista.

A CDU, que resulta da coligação entre o PCP e o PEV, regista o maior número de listas a concorrer aos municípios com 303. Em segundo lugar estão as candidaturas apoiadas apenas pelo PS que correspondem a 296 das listas e, em terceiro, as do PSD com 190. BE, CDS-PP, PAN e Nós, Cidadãos, têm 124, 113, 31 e 12 listas, respetivamente. As coligações de direita que juntam, exclusivamente, PSD e CDS-PP somam 77 candidaturas.

No total, os números apresentados correspondem a 81% do total das candidaturas destas eleições autárquicas.

Os municípios com menos opção de escolha estão todos no arquipélago dos Açores. Corvo, Lajes das Flores, São Roque do Pico e Santa Cruz da Graciosa têm apenas duas listas, cada, para a câmara. Por outro lado a Câmara Municipal mais cobiçada é Oeiras com 13 listas, seguida de Lisboa com 12.

Nas eleições de 2013 o PS conseguiu 1 812 029 votos, ou seja 36,26%, o PSD ficou em segundo com 16,7% e a CDU em terceiro com 11,06%. Para o Partido Socialista, o melhor resultado foi conseguido nos Açores com 46,89% dos votos e, em Portugal continental, em Beja com 44,5%. Já o PSD apenas se sagrou vencedor em Leiria e na Madeira com 35,48% e 34,81%, respetivamente, e a CDU conquistou os distritos de Setúbal (41,49%) e de Évora (38,5%).

Se 47,4% de abstenção pode assustar, pensar que 4 503 098 eleitores não exerceram o direito de voto nas autárquicas de 2013 talvez seja mais elucidativo. Os três distritos onde se registou maior abstenção foram Setúbal (58,33%), Lisboa (55,46%) e Faro (52,43%).